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A mostrar mensagens de 2011

Que venha 2012!

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Chegamos mais uma vez ao fim de um ciclo, mas isso não significa necessariamente (como é óbvio) o fim e o início de tudo! É mais uma continuação que nos oferece uma oportunidade de fazermos uma espécie de balanço ao passado recente, uma oportunidade de avaliar os objectivos traçados e de definir novas etapas para os próximos tempos. Assinalar um momento de avaliação do sucesso ou insucesso perante aquilo que havíamos definido para este ano de 2011 que agora deixa cair os últimos grãos de areia da ampulheta que será virada do avesso já amanhã! 2011 foi um ano complicado e neste momento estou dividido entre o medo de chegar a 2012 e a ansiedade de o ver chegar, uma ansiedade quase traduzida numa atitude de "mandem lá isso para cá para ver o que se pode fazer!". Por mais que nos tentemos abstrair da realidade para dar umas migalhas à esperança, é relativamente difícil conseguir fazer isso porque somos cercados pelos gritos de um papão escondido nas noticias da rádio, tv, intern

Inocência: "Antes de Adormecer" e "O Quarto de Jack"

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Muitas coisas na nossa vida estão sujeitas a uma dualidade de sentido, estão sujeitas a uma oscilação que nos faz balançar entre o positivo e o negativo, entre as vantagens e as desvantagens. A ignorância (não aquela intencional ou injustificada, mas sim aquela camuflada de inocência) que é atribuída às pessoas que na gíria se podem classificar como "serem tudo o que é bom", é uma dessas coisas da vida que não escapa à tal dualidade que eu falava. Se por um lado a inocência pode ser como uma bolha protectora que nos pode servir de abrigo perante os vários perigos e diversos tipos de armadilhas do mundo que nos rodeia, por outro lado, ela talvez apenas nos garante ou faculta uma ilusão de protecção porque no fundo, pode acabar por originar o efeito oposto.  O conforto dessa protecção pode deixar-nos mais vulneráveis, ou mais mal preparados para enfrentar a realidade. Gosto de acreditar que na dureza da realidade ainda existe bondade nas pessoas, em algumas pessoas, pessoas e

a Morte com sinceridade e Novembro

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"É tão triste desejar a morte com sinceridade. É tão triste não encontrar nada na vida, olhar todas as escolhas da vida e todas serem uma só e essa única possibilidade ser a miséria e o sofrimento e a solidão definitiva. Com olhos cansados, via a minha mãe. Se pudesse tinha chorado. Se pudesse, tinha chorado com todas as minhas forças. Se pudesse, tinha gritado até arrancar a última réstia de sofrimento e de vida de mim, até transformar o meu sofrimento, a minha vida, num grito que impressionasse o mundo." Novembro "Veio o mês da noite. Os dias não nasceram durante um mês. Os relógios, alheios ao mundo, continuavam a dar as horas, mas era sempre noite. A luz da electricidade não tinha força suficiente para iluminar a escuridão do mês da noite. Se alguém acendia uma lâmpada, não se distinguia sequer a luz pequena da presença de uma lâmpada acesa. Às vezes, ia á varanda. Olhava o céu negro, o lugar onde imaginava nuvens a passarem lentas á frente do lugar onde imaginava

Abraço

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Um abraço, um ABRAÇO GRANDE, um abraço pequeno, um abraço de alegria, um abraço de tristeza, um abraço de paixão, um abraço de amizade, um abraço, um gesto de infinitos significados e que só a sua própria duração o pode definir, o pode formar e transformar. Palavra essa que inspira nomes de canções, nomes de livros, nomes de filmes, mas que também me saiu agora roleta das palavras que um dia haveriam de se tornar um título de um texto. Mais um que me faz querer estar com as palavras e com elas sentir o pensar, ficar feliz e ficar triste, tudo com as palavras. Palavras essas que muitas vezes saem mais facilmente da ponta dos dedos do que da ponta da língua, correndo talvez o risco de se perderem mais facilmente por aterrarem num local tão abstracto, e talvez solitário, como este aqui, quem sabe. Mas vou-me dirigir novamente à origem deste texto e evocar novamente a palavra abraço, esse gesto que sei que podia ser tão simples e mesmo assim se tivesse acontecido talvez, apesar da sua

106 e 107

Hoje...correm na minha cabeça as páginas 106 e 107 do livro "Uma casa na Escuridão"! Mas sei que isso pouco ou nada servia para melhorar o que quer que fosse por isso.....se calhar é melhor virar a página, mas é difícil, muito difícil!

Contradições

São inúmeras as contradições que encontramos no dia-a-dia e também naquelas coisas que se entranham em nós criando aquilo a que chamamos de hábitos ou costumes. Muitas vezes lamentamos a solidão e desejamos que ela se vá embora, que esse sentimento de isolamento fique para trás, no entanto, e devido ao hábito de não conversar, não dialogar, não conviver, cria-se uma espécie de amizade com o vazio, com o silêncio, com o nada, e quando somos confrontados com um preenchimento desse vazio, ficamos sem saber como reagir, e nesse desconserto sentimos uma espécie de saudades da solidão. Ficamos presos na incapacidade, ou ideia de incapacidade, de socializar (mesmo com pessoas mais chegadas) e ficamos reféns da comodidade negativa que a solidão é capaz de enraizar em nós quando lhe damos espaço e tempo para isso. Se estamos acompanhados, depois queremos estar sós. Se estamos sós, sentimos a frieza do vazio, do nada e do ninguém, e então desejamos a companhia, a partilha de momentos, de conver

The Tree of Life

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Como quase todos nosso fazemos em determinados momentos da nossa vida, paramos um pouco para pensar o que é que ela é exactamente, ou o que é que ela pode ser e qual o propósito de tudo isso que nos envolve. São perguntas infinitas que também têm respostas infinitas, mas que infelizmente só algumas podem ser encontradas por nós e mesmo essas que encontramos nem sempre são satisfatórias porque sabem apenas a "algo melhor do que nada". Será que é aí que está a piada disso tudo? O facto de não sabermos e queremos descobrir? De onde viemos, para onde vamos, que influência real temos nós no nosso percurso de vida que supostamente é definido pelas nossas acções e em circunstâncias que nem sempre as recordamos como momentos que foram tão decisivos como depois, mais tarde, nos apercebemos que o foram? Essas são só algumas das questões que encontramos no filme "The Tree of Life". Certamente haverão opiniões que vão contra o que lá é sugerido, mas a ciência diz-nos de uma fo

Talvez um amigo...

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02-09-2011...terá sido esse dia o escolhido por ter algum significado especial ou terá sido o limite dos limites que te levou a decidir que era "simplesmente" hora de partir? Conhecia-te pouco mais do que "de vista", mas mesmo assim, com base no que me fora possível conhecer através da observação e de interacções, mesmo que indirectas, não posso deixar de demonstrar tristeza pela tua escolha e agora ausência. Todos nós temos uma maneira de ver e de estar no mundo e nem todos lidamos com os problemas da mesma forma. Quando os problemas parecem acumular-se e sem solução que os elimine, é preciso muita coragem e força para continuar a acreditar que é possível superá-los. No entanto sei que fazer isso sozinho ainda é mais difícil e infelizmente a solidão, a timidez, podem ser factores que não ajudam nada nessas situações e podem dar origem às piores decisões. Talvez um amigo, um verdadeiro amigo ou um amigo verdadeiro, pudesse ter sido suficiente para hoje não ter

Por agora...

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Somos fragmentos de um todo que se complementam, ou que se deviam complementar, peças de uma máquina que facilmente pode avariar se uma dessas peças estiver avariada, danificada. Uma avaria que pode sobrecarregar a restante maquinaria dando origem a outras avarias, até que chegará o ponto em que já não há reparação possível. Há tanta coisa que gostaria de reparar e vou para longe em pensamentos que não me levam a lado nenhum, a nenhuma resolução, a nenhuma solução e sei que o nosso melhor amigo, e também muitas vezes inimigo [o tempo] não pára, não nos dá tréguas. Como uma parte de um todo, é difícil ter em mim a energia, e todos os outros atributos, de todas as partes. Há coisas que sozinhos não somos capazes de resolver, por mais vontade que haja no nosso coração. Vamos balançando entre o desespero e a esperança, uns dias mais perto de um lado, outros dias mais perto do outro lado, na tentativa de estabelecer o equilíbrio que nos permite continuar nesta caminhada desconhecida, nesta

Take all for granted

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Muitas vezes, mesmo que inconscientemente, acabamos por levar a vida, e seus "sub-elementos", como algo garantido. Somente coisas que de alguma forma mexem connosco são capazes de nos abanar como se agarrassem nos nossos ombros e nos sacudissem para a frente e para trás para nos fazer despertar para a realidade e ver as coisas como elas deviam ser vistas ou vividas. Um desses exemplos são as doenças que de um momento para o outro mudam tudo, acabam com tudo, retiram debaixo dos nossos pés o chão que seguramente pisávamos. Na maioria dos casos é preciso ter um exemplo próximo de nós para nos apercebermos de que nada está garantido. No entanto, infelizmente com o passar do tempo vamos voltando ao estado anterior, como se houvesse um íman que nos atraísse para aquele estado, para aquele pensamento, para aquele absorto modo de estar e de viver. Falando por mim, e certamente também por muitas outras pessoas, devo dizer que os tempos que vivemos e as coisas a que temos vindo a ass

Traços # 3

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Posso dizer que esse "traços #3" foi feito a pedido de um amigo,  tem o seu significado e  por isso teve mais "piada" fazê-lo, embora o tema não seja o mais agradável. Este podia ser apenas mais um desenho, uns rabiscos, mas não é.

Três gerações e um dia.

Três gerações e um dia. Um dia que marca o inicio, o inicio da vossa existência, das vossas vidas. Um dia que vos marca como um carimbo, como acontece com todos nos. Infelizmente chega o dia em que chega a hora de partir e a partir dai há datas que se sobrepõem, alcançando uma diferente importância ou significado. Mas hoje e o dia que vocês tem em comum e que certamente já celebraram de diversas formas. Embora eu esteja fisicamente ausente nesse vosso dia (num caso porque a presença física de quem já partiu torna-se impossível; noutro caso o tempo encarregou-se de aumentar a distancia e de reduzir a ligação entre nos, algo que se vai sumindo aos poucos como se fosse um papel com um desenho colorido que, com o passar do tempo, vai perdendo as suas cores e formas ate chegar um ponto em que já não conseguimos dizer o que lá estava; e no outro caso, posso dizer que por vezes ganham-se hábitos ou rotinas que desviam as nossas atenções daquilo ou daqueles que deviam estar em primeiro lugar

Por a casa em ordem - um romance sobre almas

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Pergunto-me quantos de nós, diante de um espelho (ou não necessariamente nessa ocasião), nunca experimentou o pensamento de podermos observar-nos a nós próprios como se estivessemos fora do nosso corpo, uma experiência extra-corporal. Imaginar que nos observamos e nos avaliamos como se fossemos outra pessoa que não nós próprios. Talvez a imagem do santinho e do diabinho ao topo da nossa cabeça, uma imagem muito recorrente quando se deseja expressar a dualidade do "bom vs mau" ou "bem vs mal", possa ser adicionada a esta linha de pensamento. E se elevarmos o nível de complexidade que uma experiência intra-pessoal e/ou extra-pessoal pode ter sobre nós, poderemos facilmente chegar a um cenário de personalidade múltipla! Apesar de não ser algo que me seja totalmente desconhecido enquanto conceito, devo dizer que ler o livro "Por a casa em ordem" de Matt Ruff, resumidamente descrito como "um romance sobre almas", foi uma forma muito interessante e div

Papel castanho amarrotado

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Embrulho-me dentro deste papel castanho amarrotado e sinto a envolvência de uma segurança provisória que vale por cada segundo que passa porque me deixa escondido. Não sou uma toupeira nem tão pouco uma avestruz, mas também não sou invulnerável. Sei que mais cedo ou mais tarde virá a chuva e o vento...irão destruir o meu abrigo, o meu embrulho, e ficarei à mercê da realidade. Realidade onde por vezes parece estar tudo e todos a caírem à minha volta e eu não tenho meios para evitar tais quedas. Para impedir a queda de uns, teria de deixar outros caírem ou provocar algumas outras quedas. Não gosto de pensar em mim como cobarde nem ingrato, mas tem-me sido difícil encontrar armas para enfrentar a realidade.

Senhor Santo Cristo dos Milagres

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Sejam benvindos de volta à vossa terra! Sei que faz já algum tempo desde que cá estiveram pela última vez. Pelo vosso olhar quase que posso afirmar que já se aperceberam que muita coisa está diferente, muita coisa mudou desde que partiram. É verdade, já se passou tanto tempo. Esse agente que, juntamente com as pessoas, se encarrega das transformações. O relógio não pára. Essa é uma boa altura para visitarem as ruas da vossa pequena cidade. Ruas essas que este fim-de-semana estarão inundadas de pessoas, multidões provenientes de toda a ilha, de todo o arquipélago e de diversos locais espalhadas por esse vasto mundo que se estica e encolhe como um acordeão perante o nosso estado de espírito. É uma oportunidade única para testemunharem e viverem novamente actos de fé que assumem dimensões que só cada indivíduo pode tentar explicar. Nem sempre temos a capacidade de interpretar tamanhas forças e devoções. É bom ter-vos de volta. Há tanto para vos dizer e há mais ainda para vos perguntar.

Como me sinto agora

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Talvez, e à semelhança de muitas outras pessoas, tendo a recorrer a ti com mais afinco em situações que me ultrapassam ou que pelo menos assim parecem. E digo "talvez" porque lá no fundo não é preciso dizer nada, o sentir diz tudo. Sei que esse conjunto binário de "zeros" e "uns", transformados em letras, estarão armazenados num vasto mundo virtual e que não chegarão a ti ou que tu não chegarás a eles, mas em tempos de escassos recursos, é preciso acreditar que neste canal entre pensamento, nervos, músculos, dedos e teclas, existe uma voz e existe alguém à escuta. Não acredito sempre nisso, ninguém acredita sempre, mas até haver dúvida, há sempre Fé. Entretanto já não sinto o calor da fogueira a meus pés, as suas chamas estão praticamente extintas e tentam timidamente manter-se vivas e temo que em breve vaia restar apenas cinzas. Cinzas que o vento encarregar-se-á de espalhar por aqui e por acolá. Será o fim? Será o início? Não sei...só sei que será como

Pesadelos sonhados ou vividos

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Há dias que se transformam em noites e trazem consigo sonhos em forma de pesadelos, dos quais tentamos escapar. Tentamos escapar ao sufoco dos trágicos acontecimentos que ganham vida nos pesadelos. Esse escape seria obviamente acordar! Acordar e sentir o alívio imediato de saber que a realidade afinal não é a mesma daquele lugar ou instante que nos agoniza. Acordamos e podemos respirar fundo, inspiramos satisfação e reconfortamo-nos para adormecer novamente. Mas... e se a situação for outra?! Outra, em que não estamos a dormir e nem tão pouco a sonhar, mas mesmo assim estamos a enfrentar um pesadelo equivalente ou pior do que aqueles que nos fazer ansiar pela hora de acordar, nos fazem ansiar por sentir a leveza de saber que afinal está tudo bem e que o mal era somente algo fictício! Ainda estou a tentar descobrir e ao longo do dia anseio pela noite para poder cair no sono, cair no inconsciente e afastar-me da realidade que consegue ser bem assustadora do que os pesadelos sonhados e

Traços # 2 - Pegar, Largar

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Pegar, largar... não largar, simplesmente deixar cair, não deixar, atirar... atirar para longe, atirar para além do horizonte, atirar para o infinito, não atirar, não fazer nada...

Traços # 1

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Mundo Paralelo

Por vezes dou por mim e sinto-me como se eu, ou parte de mim, estivesse numa espécie de mundo paralelo no qual nunca chego a entrar plenamente. Somente sinto uma evasão que resulta como um olhar para trás, um olhar para o mundo do lado de cá, imaginando a minha ausência e sua insignificância. Sinto-me pequeno e sinto-me desligado. Entretanto sei que nesses momentos a transparência não é total, existem espectros de cor que me recordam que ainda há coisas que requerem a minha presença, nem que seja somente para cumprir funções predefinidas. Certos problemas, para os quais infelizmente não tenho solução, fazem surgir em mim um de sentimento fraqueza, de culpa, e de certa forma, de alguma cobardia também. Quando se trata de situações nas quais estamos envolvidos, mesmo que indirectamente, e quando as outras variáveis da equação estão directamente ligadas a nós, é impossível dissociar o pensamento da realidade. Estar no tal mundo paralelo não resulta sempre, pois por mais que custe, a real

Cola Super 3

Adormeci a pensar numa força que me atingia com pujança e me transformava em pó e fragmentos,  em nada. Acordei e comecei o dia com Cola 3, ou Cola Super 3, porque achava que era a mais eficaz para voltar atrás e refazer algo que desfiz, algo que quebrei e que se espalhou em pedaços. Juntei-os como se fizessem parte de um puzzle à medida que ia tentando colar cuidadosamente as arestas para que tudo retomasse a sua forma original. Ao longo do processo estive perto de acabar por também ficar colado aos estilhaços. Há coisas que depois de quebradas jamais conseguem voltar a ser como eram antes, pois estarão sempre presentes as rachadelas, as marcas e imperfeições que nos lembrarão dos incidentes que marcaram tal acontecimento. Podemos tentar disfarçar a nossa tentativa de reparação, de reconstituição de algo, recorrendo a artifícios que possam enganar a vista mais desatenta, como por exemplo passar alguma massa para tapar as rachadelas e posteriormente uma mão de tinta para dar um aspec

A luz

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Quando sentimos uma escuridão dentro do nosso coração, da nossa alma, ou de qualquer outro local que sabemos que existe dentro de nós, e que acreditamos que seja de lá que vem a nossa maneira de ver e sentir o mundo, sentimos uma desorientação, uma ansiedade por encontrar a luz que nos possa guiar para um lugar aparentemente mais seguro, mais acolhedor. Tentamos encontrar dentro ou fora de nós essa espécie de salvação, um rumo, uma quietude e uma paz de espírito que nos permita crer que, apesar de o futuro não se mostrar fácil, não podemos baixar os braços. E não o fazemos porque acreditamos que ainda há muito para viver, razões para viver, que há mais tempo pela frente do que aquele que já ficou para trás. Estas certamente já foram a minha palavras usadas como forma de dar algum incentivo a quem achei que precisava, pois é nisso que também tento acreditar e basear as minhas perspectivas. Pode ser que cada vez seja mais difícil continuar a ter esperança e acreditar em finais feliz

Another Year

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O filme chama-se Another Year e tal como o próprio nome indica...acompanhamos um ano, ou mais um ano, da vida de um casal que já tem a sua idade e que aparenta ser feliz. À semelhança do que acontece connosco ou com alguns de nós, esse casal tem amigos/colegas de trabalho de longa data que de vez em quando, uns mais do que outros, se lembram de aparecer lá por casa para tomar um chá ou para um jantar, mantendo assim em dia a relação de amizade e companheirismo existente. Este filme Inglês, que não pretende ser mais do que aquilo que é, surge perante nós como um reflexo da realidade da vida das pessoas, ou de algumas delas, uma vez que determinados aspectos que são abordados, podiam ser da nossa própria vida e à medida que vamos vendo o filmes vamos balançando entre a simplicidade das situações do filme e a complexidade das situações da vida através das personagens que são pessoas e que por isso, como sabemos, podem ser um reservatório infinito de características. O que o presente nos

Sossego no silêncio, ou não!

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Subitamente, ou talvez gradulamente, fez-se silêncio... Há silêncios que valem ouro, mas há outros que são extenuantes porque em vez de darem lugar ao sossego, deixam o ar atribulado por uma série de questões que dançam como as folhas que dizem adeus à sua árvore e partem ondulando de um lado para o outro até chegarem ao seu destino, o chão. Muitas questões não chegam ao chão, acabam por se transformar em pó, em nada. A "questão-mãe" é aquela que permanece e que, apesar de ser muitas vezes ignorada e vista a determinada altura como pano de fundo, um papel de parede, de tempos a tempos ela lembra-nos que ainda não foi saciada. "Qual a razão deste silêncio?" Como seres curiosos que somos, gostamos de saber a razão das coisas serem como são, de estarem como estão, gostamos de saber qual o nosso papel. Sou eu que não ouço? Sou eu que não falo?...Estas são crias da "questão-mãe" e o melhor é fazer com que ela pare já e cobri-la com pele de camaleão. Se ela

Egoísta

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E hoje fui egoísta, neguei algo que à partida não era nada que fosse fora do normal, mas que por instinto simplesmente disse não, respondi "não". Para mim, e para muitas outras pessoas, aquilo que neguei, nem sempre tem o devido valor e passados alguns segundos após tal atitude, parei e foi como se naquele instante, me abandonasse a mim próprio e me repreendesse, me repreendesse por tal gesto. Senti-me envergonhado ao recordar as palavras e o olhar e ao recordar o olhar a quem neguei algo, o meu olhar humedeceu. Perante tal repreensão, virei-me hesitante na possibilidade de poder voltar atrás e tentar remediar a situação, mas tal não aconteceu. Há momentos que têm o seu timing e quando perdem o seu prazo de validade, desaparecem, é como uma gota de água que já secou e transforma-se em nada, viajou para um universo onde as coisas existem mas não são visíveis, um pouco à semelhança das nossas memórias...embora não as vejam, elas existem e agora resta-me lidar com esse pequeno

Sentimentos sociais

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Sem dúvida que as redes sociais são um excelente meio de interligar as pessoas, e tal como imensas outras coisas, têm os seus factores positivos e os seus factores negativos. Chegam mesmo a ser um desafio para todos nós e cabe a cada um definir o nível de atenção a dar a cada tipo de rede social, que informações procurar, que informações partilhar, em suma, estabelecer o seu próprio limite e respeitar os limites dos outros. Pode ser uma excelente ferramenta de trabalho (ou o oposto), um entretenimento, um passatempo, uma companhia, um perigo, etc, são inúmeros os adjectivos que se podem atribuir. Mas o que me traz aqui não é explicar o que são as redes sociais, pois isso já todos nós sabemos o que são, ou não fosse isso um dos assuntos frequentemente abordados pela imprensa e diversos programas e documentários que chegam até nós através dos diversos formatos disponíveis. Existem diversas formas de prestarmos a nossa homenagem perante alguém que parte para uma nova etapa da sua vida

A Rapariga que roubava Livros

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A morte...o que é a morte?! Pode ter infinitas definições, e resumidamente, pode ser um "simples" momento, o derradeiro momento em que nos apagamos, desligamos o interruptor e embarcamos numa suposta nova viagem que pode ter mil e um destinos, como também pode não ter nenhum, e ser absolutamente nada, simplesmente o vazio. As palavras que venho aqui deixar, não têm forçosamente a ver com a morte propriamente dita, ou com o seu peso negativo, o seu fardo, mas sim com a leitura de mais um excelente livro: "A rapariga que roubava livros", no seu título original, "The Book Thief". A razão pela qual a morte é para aqui "chamada", tem a ver com o facto de ela ser a narradora da história que encontramos no livro. É certamente uma forma original de pensar na morte e olhar para ela noutra perspectiva. Ela, de tanto carregar nos seus braços as almas que abandonam os corpos das pessoas a quem pertenciam, acaba por ter também uma espécie de alma dentro de s

Almoço no jardim

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Um jovem casal demonstra os seus afectos, um grupo de rapazes conversam entre os elementos do grupo como se fossem um gang a combinar qualquer coisa, num jogo de palavras e movimentos que parecem uma dança. Aqui e ali encontram-se aqueles que serenamente observam o tempo, as outras pessoas, os carros. Algures em frente a um dos bancos do jardim, alguém faz do chão, duro e frio, a sua cama durante algumas horas (quantas, não sei). Umas horas de evasão do que se passa no mundo acordado. É algo que desperta a atenção, mas já não a retém por muito tempo porque as pessoas já estão de certa forma imunes a essas situações e por isso, para além de um possível breve comentário verbal em caso de passarem acompanhadas, resta somente um olhar de soslaio, minimamente surpreendido. No mundo acordado, e mesmo assim parado para alguns, os outros continuam as suas vidas. Os seus beijos e abraços, as suas conversas, os seus olhares, a revelarem alguma reflexão, os passos que as conduzem de um local par

Refúgio nos livros

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Desde há uma semana para cá, ou mais, que me refugio nas páginas do livro que ultimamente me tem feito companhia nas hortas supostamente "mortas". Abro uma porta e entro para o mundo do livro. Alheio-me da realidade porque nos dias que correm, há situações a decorrer que me entristecem e preocupam. Fujo para o livro e apesar de entrar directamente para as ruas de Munique, numa Alemanha em  plena 2ª Guerra Mundial, repleta de conflitos, regras, injustiças e atrocidades, sinto-me estranhamente seguro e intocável. Talvez seja por acompanhar a narradora do livro, que não é nada mais, nada menos que a morte "em pessoa" ou em voz. Vagueio com ela através das aventuras da rapariga que roubava livros, a pequena Liesel Meminger, que, embora seja uma ladra de livros, não é má rapariga, antes pelo contrário. Ou não fosse ela e os seus amigos mais próximos, o reflexo de uma infância com momentos que todos nós gostamos de recordar de vez em quando (obviamente que esses momento

Dia dos Amigos

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Por estas bandas, celebra-se hoje novamente o dia dos amigos, um dia dedicado ao festejo da amizade. Como não podia deixar de ser, e à semelhança do o que acontece com outras comemorações que ganham um dia especial no calendário, há muitas ideias e opiniões que divergem umas das outras. Para uns trata-se de mais um dia normal na companhia dos amigos do dia-a-dia, na sua versão mais comum, dos colegas de trabalho. Para outros é um dia que merece ser verdadeiramente festejado, mas o facto de o dia ser dedicado aos amigos, talvez para esses não passe de apenas mais um pretexto para poderem fazer coisas que noutro dia da semana, do mês ou do ano, se sentiriam de certa forma mais inibidos ou sem justificação para tal, deixando-se assim dominar por alguns excessos em diversas vertentes. As esses vale que é sexta-feira no dia seguinte e se a consequência for apenas uma ressaca, o fim-de-semana poderá ajudar, ou não. Para outros, sobretudo para aqueles que frequentemente pensam na amizade e t

Generation A - Douglas Coupland

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Em "Geração A", ou "o livro das Abelhas" como algumas pessoas gostam de o chamar :-) (e repito aqui porque sei que essa pessoa não irá levar a mal o uso da sua expressão), encontramos um pouco de todos nós e apesar de a história decorrer num tempo futuro, estão presentes semelhanças e consequências da realidade do nosso presente. Aquilo que já fizemos e que estamos a fazer e aquilo que ainda não decidimos ou pensamos fazer, mas que iremos fazer, vão-nos levar a algum lado e disso não há qualquer dúvida. Se iremos ter culpa por as abelhas desaparecerem ou não, não sabemos, mas provavelmente sim, também seremos culpados. Num palco em que as abelhas podem escolher-nos (para logo de seguida irem dessa para melhor) e numa altura em que elas estão extintas, ser-se escolhido por uma abelha é certamente um privilégio. Sendo um dos escolhidos, saberíamos dar um rumo a algo que nos foi de certa forma confiado ou oferecido? Algo que, numa maior instância e abordando a questão

Never let me Go

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Todos nós, ou pelo menos quase todos nós, gostamos de acreditar que a nossa vida tem um propósito e que está nas nossas mãos defini-lo e construí-lo ao longo do tempo que nos foi premiado e cuja quantidade não fazemos a mais pequena ideia. Tentamos completar-nos todos os dias com alguma coisa nova, com novos desafios, reformulando pensamentos, revisitando memórias, viajando nos sonhos e fazendo planos. Por mais pequeno que seja o fragmento que adicionamos a nós próprios, vamos dando forma à nossa personalidade e vamos tentando "viver" em vez de apenas "existirmos", vamos tentando estar presentes neste mundo de uma forma voluntária e consciente. Como seria se soubessemos ou descobríssemos que tínhamos sido criados, naturalmente ou artificialmente, para cumprir um objectivo e que estava fora do nosso alcance ignorá-lo, sendo que este objectivo tinha uma data marcada que seria o dia do fim da nossa vida?! Como seria viver com o nosso bilhete de ida, sem volta, sempre g

Mãe...filho

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"Ahhh...Realmente as mães nunca têm os filhos que gostariam de ter..." Eis uma conversa que se atravessou ao meu lado e que de imediato chamou a minha atenção como se eu estivesse prestes a atravessar uma rua e alguém, por algum motivo, me puxasse para trás. Os momentos seguintes foram preenchidos com fragmentos de pensamentos em forma de questões arredondadas e relacionadas com aquela conversa. Certamente que escondido atrás das palavras proferidas por aquela senhora, devem existir razões que na opinião dela, justificam tal afirmação, razões que desviam a atenção para os piores adjectivos, para as piores decisões que um filho pode tomar e por conseguinte, para as piores atitudes.  Estarão todas as mães desiludidas com os seus filhos?! Obviamente que não. Que bonito sarilho seria esse! Sei que  poderão ser muitas as vezes que a desilusão fala mais alto e atinge-as como se quebrasse um vidro, mas a nível geral acredito que lá no fundo existe o amor pelos seus filhos e, como

Veio o sol ou foi a chuva que se foi

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Excerto de "Um livro por escrever"... Permanecíamos ali imóveis, na quietude do silêncio, a ver o tempo passar, mas no interior do revestimento do meu ser, um coração bombeava ao mesmo ritmo inconstante com que os pingos da chuva caiam à nossa volta, atingindo ferozmente as copas das árvores, as suas folhas, os seus galhos, acabando por abafarem o seu som no embate contra o solo, fazendo com que dali não pudéssemos sair. Mas eventualmente acabamos por sair e a única coisa que não saiu, foi esse momento que se esconde na minha memória e que, de vez em quando, explode na superfície como se fosse a bolha de um caldo que se revolve no interior de um caldeirão. Envolve-se em si mesmo, viajando dentro de si, como se procurasse alguma coisa que sabe que existe em si, e depois no cansaço da sua busca, vem à superfície para recuperar o fôlego e volta a mergulhar novamente, repetindo a sua missão até que algum outro factor a interrompa. Nos dias de hoje, procuro nos rostos das pess

Aqui tem, Menino!

Pois, parece que afinal ainda sou um menino. Mas isso é mau ou é bom? Preferes ser um adulto ou um menino? O que é isso de nos tratarem por menino, ou sermos um menino quando já não se é suposto ser um?! Talvez seja uma forma gentil de tratar as outras pessoas que achamos simpáticas... Será acreditar na inocência da pessoa tratada por menino? Talvez não queira dizer nada, simplesmente nada. Mas há dias em que a maneira como interagimos com algumas pessoas, nos deixa a pensar em várias coisas. Esse exemplo do menino, e também quando alguém que nem conhecemos, mas que ao passar por nós, nos dá um "bom dia", faz-me acreditar que há uma réstia de esperança no que respeita ao sentimento de solidão, isolamento, individualismo e egocentrismo que a sociedade acaba por demonstrar. By the way, essa história do menino vem na sequência do atendimento numa loja, mais precisamente num café, por uma jovem que acredito ter mais ou menos a minha idade (como não se pergunta a idade a uma senh