Sossego no silêncio, ou não!
Subitamente, ou talvez gradulamente, fez-se silêncio...
Há silêncios que valem ouro, mas há outros que são extenuantes porque em vez de darem lugar ao sossego, deixam o ar atribulado por uma série de questões que dançam como as folhas que dizem adeus à sua árvore e partem ondulando de um lado para o outro até chegarem ao seu destino, o chão. Muitas questões não chegam ao chão, acabam por se transformar em pó, em nada. A "questão-mãe" é aquela que permanece e que, apesar de ser muitas vezes ignorada e vista a determinada altura como pano de fundo, um papel de parede, de tempos a tempos ela lembra-nos que ainda não foi saciada.
"Qual a razão deste silêncio?"
Como seres curiosos que somos, gostamos de saber a razão das coisas serem como são, de estarem como estão, gostamos de saber qual o nosso papel. Sou eu que não ouço? Sou eu que não falo?...Estas são crias da "questão-mãe" e o melhor é fazer com que ela pare já e cobri-la com pele de camaleão. Se ela continuar faminta, isso já é problema dela porque neste momento eu não quero saber.
Nem tudo na vida é como andar de bicicleta que dizem que nunca se esquece, nunca se desaprende. Quem sabe se o modo silencioso nos leva a desaprender a falar e ouvir e a aprender a sentir uma espécie de conforto nesse silêncio.
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