Papel castanho amarrotado

Embrulho-me dentro deste papel castanho amarrotado e sinto a envolvência de uma segurança provisória que vale por cada segundo que passa porque me deixa escondido. Não sou uma toupeira nem tão pouco uma avestruz, mas também não sou invulnerável. Sei que mais cedo ou mais tarde virá a chuva e o vento...irão destruir o meu abrigo, o meu embrulho, e ficarei à mercê da realidade. Realidade onde por vezes parece estar tudo e todos a caírem à minha volta e eu não tenho meios para evitar tais quedas. Para impedir a queda de uns, teria de deixar outros caírem ou provocar algumas outras quedas. Não gosto de pensar em mim como cobarde nem ingrato, mas tem-me sido difícil encontrar armas para enfrentar a realidade.

Comentários

  1. Não duvido... nem sempre temos 'anima' para o fazermos. Então, melhor é mesmo oferecermo-nos 'tréguas'... a metáfora do teu 'embrulhar em papel castanho'!
    E depois, a partitura da essência das coisas nos vai ajudando...

    Uma escrita sensível a tua!
    Um beijo

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