Refúgio nos livros


Desde há uma semana para cá, ou mais, que me refugio nas páginas do livro que ultimamente me tem feito companhia nas hortas supostamente "mortas". Abro uma porta e entro para o mundo do livro. Alheio-me da realidade porque nos dias que correm, há situações a decorrer que me entristecem e preocupam. Fujo para o livro e apesar de entrar directamente para as ruas de Munique, numa Alemanha em plena 2ª Guerra Mundial, repleta de conflitos, regras, injustiças e atrocidades, sinto-me estranhamente seguro e intocável. Talvez seja por acompanhar a narradora do livro, que não é nada mais, nada menos que a morte "em pessoa" ou em voz. Vagueio com ela através das aventuras da rapariga que roubava livros, a pequena Liesel Meminger, que, embora seja uma ladra de livros, não é má rapariga, antes pelo contrário. Ou não fosse ela e os seus amigos mais próximos, o reflexo de uma infância com momentos que todos nós gostamos de recordar de vez em quando (obviamente que esses momentos são os bons, os maus nem sempre conseguimos evitar recordar, mas damos primazia aos outros), onde as brincadeiras de rua e a inocência desempenham o papel principal. Ela não vive uma vida fácil, mas mesmo assim consegue encontrar a alegria e felicidade nas pequenas coisas e nos pequenos gestos...não será ela uma lição?! Ao escrever estas palavras tomo consciência que o mundo real e os seus problemas não vão desaparecer só porque o tentamos ignorar temporariamente. Se calhar o melhor a fazer é lutar contra eles, enfrentá-los, tentando assim arranjar a solução para os fazer desaparecer.
Quando o dever chama e chega a outra de fechar o livro, saio pela porta por onde entrei há uns minutos que pareceram horas, e a sensação é semelhante à de sair do silêncio de uma igreja, de um museu, ou de outros local que no interior das suas portas, parece ter uma barreira de protecção que separa aquele mundo do mundo lá fora, o real.

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