Mundo Paralelo

Por vezes dou por mim e sinto-me como se eu, ou parte de mim, estivesse numa espécie de mundo paralelo no qual nunca chego a entrar plenamente. Somente sinto uma evasão que resulta como um olhar para trás, um olhar para o mundo do lado de cá, imaginando a minha ausência e sua insignificância. Sinto-me pequeno e sinto-me desligado. Entretanto sei que nesses momentos a transparência não é total, existem espectros de cor que me recordam que ainda há coisas que requerem a minha presença, nem que seja somente para cumprir funções predefinidas.
Certos problemas, para os quais infelizmente não tenho solução, fazem surgir em mim um de sentimento fraqueza, de culpa, e de certa forma, de alguma cobardia também. Quando se trata de situações nas quais estamos envolvidos, mesmo que indirectamente, e quando as outras variáveis da equação estão directamente ligadas a nós, é impossível dissociar o pensamento da realidade. Estar no tal mundo paralelo não resulta sempre, pois por mais que custe, a realidade persegue-nos sempre, e mais cedo ou mais tarde teremos de a enfrentar.
Hoje foi mais um dia da mãe, aquele que, na óptica do comércio supostamente pode servir para provarmos o quanto gostamos dessa pessoa. Um daqueles dias ao longo do ano em que muitos abrem excepções e não ligam às dificuldades ($). Gostava que um desses mimos, ou simplesmente gestos mais sinceros como um beijo, um abraço ou umas palavras fossem suficientes para fazerem a minha mãe feliz no dia de hoje, mas presumi que muito pouca coisa, ou talvez nenhuma, estivesse ao meu alcance para que eu fosse capaz de cumprir tal objectivo. E nessa presunção, nem dei corda a essa tentativa.

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