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A mostrar mensagens de fevereiro, 2009

Adeus por agora

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Há textos que tendem a ser mais do que um conjunto de palavras e frases, e que, por algum motivo a eles associados, são capazes de se transcender a si próprios e de se transformarem numa homenagem, num abraço e num Adeus, num Adeus por agora ... Isto porque chegou a tua hora de partir e infelizmente não foi possível ficares connosco mais tempo. Nós não sabíamos , mas tu sabias, que a última visita que nos fizeste há algum tempo atrás era a tua visita de despedida e porque não sabíamos dissemos Adeus por agora...porque contavas estar contigo novamente, rir, brincar, falar, etc. Mas foi um Adeus por agora...P orque a qualquer minuto sabemos que podemos estar contigo a reviver a imensas boas recordações dos inúmeros bons momentos que nos proporcionaste... Os dias estão a passar, mas é como se a realidade ainda não tivesse despertado para um novo dia porque é uma realidade difícil de encarar e todas aquelas pessoas que estão a sentir isso nesse momento sabem exactamente o que isso é, o

Gira-discos

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Um amigo dizia-me que a vida era como um gira-discos, que tanto tocava como de repente podia parar de tocar... Claro que essa afirmação teve a sua razão de ser expressada e depois de parecer estar a navegar num mar revoltado [de emoções] lembrei-me novamente dela e o quão certa ela estava e permaneci alguns minutos no silêncio a pensar nela enquanto os olhos ardiam. Nesse momento navego num mar mais calmo e as palavras que tinha para deixar aqui ficaram espalhadas ao longo do mar devido à força das ondas. Depois, quando for a altura certa, terei oportunidade de as recolher e fazer delas aquilo que elas merecem porque não serão palavras saídas da ponta dos dedos, mas sim do coração, se possível sem interferências. Mas é assim, a vida é como um gira-discos e cada um de nós é um que gira em cima de outro enorme que engloba todos nós e por isso há uns que estão interligados de muitas formas e com diferentes intensidades. Quando o gira-discos de alguém, que gira no nosso coração, pára defin

Esperar pelo dia seguinte

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Lembro-me daqueles dias. Aqueles dias que podia esquecer, mas que não se conseguem esquecer porque deixam cicatrizes que apesar de não serem visíveis, não deixam de existir e de libertar a sua dor de vez em quando. Tu eras tu, mas ao mesmo tempo estavas perdida no teu interior, sem rumo, sem destino e sem luz. Afinal tu não eras tu naqueles dias, eras alguém que eu desconhecia. Via-te muitas vezes e convivia contigo várias vezes, mas continuava a desconhecer-te, eras estranha e irreconhecível, parecias egoísta. Os dias... aqueles dias eram longos, monótonos e destrutivamente repetitivos e eu tinha uma idade que não era a minha porque tinha de ser adulto sem saber como. Eram dias sem vida, dias em que as plantas morriam nos vasos como se o Inverno vivesse escondido naquela terra, revolvendo tempestades que tiravam a vida a tudo que tocasse na sua cor. Elas, as plantas, morriam porque era a sua forma de encontrarem descanço. Que caminhos percorreste? Encontraste alguém? Com quem falavas

Naqueles momentos

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São lágrimas que deslizam como se fossem percursos de lava Destruíndo silenciosamente Queimam e arrefecem. Queimam a face, mas arrefecem a dor. Dilaceram a pele, mas vazam a dor, vazam a ofensa, vazam os pedaços de vidro que ferem as palmas das minhas mãos quando não há qualquer reflexo Um reflexo em forma de imagem, Um reflexo um forma de fuga. Naqueles momentos... momentos (uma das palavras que ao ser repetida começa a soar de forma estranha) Momentos em que não sou ninguém, Momentos em que não sou nada, Não sou um som, não tenho cor e não tenho forma, Sou invisível e da minha sombra não emana qualquer cheiro, Mas o meu olhar está ali, alinhado com o meu coração, Juntos perseguem pontos no vazio, alinham-se nos riscos paralelos das vigas do tecto que reflectem a luz e seguem os contornos dos quadrados que estão no chão, imersos em formas irregulares e cansados de serem pisados. Naqueles momentos... Momentos em que fico cansado, O meu olhar foge e leva consigo o meu pensamento Por ve

Outro mundo...ou simplesmente uma versão diferente

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As horas passam-se e o dia prepara-se para entrar na sua fase nostálgica, na suposta fase do silêncio em que os sentimentos começam a flutuar como bolhas de ar. Mas os dias não são todos iguais, e as noites muito menos, e é tudo uma questão de circunstâncias, de variantes e condicionantes que nos fazem enfrentar novas situações, ou não tão novas quanto isso, porque sabemos que existem, simplesmente não as experimentamos ou presenciamos na primeira pessoa. Como se eu vivesse num mundo à parte e agora tivesse feito uma visita a um outro mundo, que afinal era o meu, e tudo por causa do dia que era e a hora que era, dei-me conta que certos aspectos durante o dia estão escondidos sorrateiramente entre o resto dos edifícios da cidade, olhos fechados, boca fechada, nem uma palavra nem um pestanejar. Estão adormecidos como se estivessem a recuperar energias para mais tarde germinar, sem incomodarem e sem quererem ser incomodados. Quando a hora do recolher já está cansada de ter ter chegado, e

14 Fevereiro

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Hoje é aquele dia que, como tantos outros ao longo do ano, é suposto servir de pretexto para qualquer coisa, sobretudo para o consumismo, é o dia em que se diz "Love is in the air"! Não é preciso chegar ao dia 14 de Fevereiro para se mostrar provas de um amor, provas daquilo que se sente, pois se no dia 13 ou 15 de Fevereiro não se souber isso, então foi tempo perdido e dinheiro mal gasto. Como não costumo ter atitudes extremistas, ao ponto de cancelar ou ignorar todas as datas que ocorrem em longo do ano e que servem para assinalar o dia de qualquer coisa, deixo-me levar um pouco pelo sentimento comum e ir com a maré, embora sempre com um pé atrás porque não sou muito apologista de dizer, fazer ou pensar só porque os outros o fazem. Mas como todos nós temos defeitos e virtudes, não me cabe a mim fazer juízos, somente me limito a expressar a minha opinião. Por isso, que o amor que se possa sentir hoje, que possa ser dado e recebido hoje, seja repartido pelos restantes dias do

Sonhar para viver

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Num sonho, fecho os olhos e olho para as estrelas como se estivessem mesmo ali, na almofada, e vejo que nelas correm rios ofegantes que desaguam no infinito e que eventualmente deixarão de existir, desistindo ao longe no seu toque silencioso, delicado e quase inexistente. Extinguem-se no adormecer cansado e rendido a mais um dia que culmina num furacão de sentimentos vindos do nada, como o metro que passa na estação, aparece e desaparece, traz um sinal de luz e ao mesmo tempo leva-a consigo, deixando apenas a escuridão, o vazio. A fadiga de mais uma batalha sem repostas, armaduras quebradas, escudos rachados, espadas perdidas. Um céu que se fecha e condensa o ar. Pode-se dizer que se vive para sonhar ou que se sonha para viver...qualquer uma das hipóteses tem o seu quê de verdade, mas neste momento é difícil encontrar o ponto de equilíbrio entre elas e uma coisa é certa, vive-se para ver e sentir aquilo em que acreditamos, apesar de muitas vezes isso se tornar difícil tendo em con

Transição...dos dias

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Passo com os pés por cima dos meus pensamentos como se estivesse a caminhar lentamente sobre um monte de cascalho em que o som estridente e disperso das pequenas pedras, a procurarem um novo canto, é o resultado do peso dos meus passos que se afundam, levando consigo as ideias para o fundo, esmagando-as e deixando um rasto de covas desordenadas e inúteis, como moças numa massa deformada pelos dedos encurvados num punho fechado alimentado pela frustração, indignação e debilidade emocional. E quem me levou até aí senão eu próprio? Devo-me queixar daquilo que sou responsável? Claro que não. Mas talvez olharmos para os nossos erros, para as nossas fraquezas, seja uma forma de admitirmos perante nós próprios que algo não está bem, que há coisas a corrigir e que só assim se pode caminhar em chão seguro e sólido ao invés do descambar a cada passo. Hoje é outro dia e talvez seja daqueles dias em que agradar os outros é ficar também satisfeito e isso só por si já é gratificante, sobretudo quan