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A mostrar mensagens de março, 2008

Corredor..|..|.I..|..|.I..I.2

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Acordei e abri a porta do quarto para ir até ao corredor do meu blog, corredor este que já não observava atentamente há já algum tempo, contudo, apesar da vontade de parar, olhar com "olhos de ver" e reflectir, não me consegui concentrar o suficiente para prestar atenção a tudo o que lá estava, está ou estará. Este corredor que se abre como um caminho no meio de uma floresta, sem traçados totalmente definidos e onde cada porta e cada árvore pode ser uma entrada, uma saída, um abrigo ou até mesmo o inicio de um novo caminho. Um caminho que será novo e que tanto pode ser percorrido ao acaso como também pode ser percorrido com a ajuda das pegadas lá deixadas por quem já trilhou. De costas para todos os pedaços de tempo que ficaram para trás no dia-a-dia desse corredor consegue-se ver as alterações que daí resultam, um labirinto mais ou menos confuso e uma névoa que acaba por surgir por serem infinitos os passos já dados e as experiências já vividas e que consegue mesmo assim se

Encontro mutuo

Palavras e palavras e esconderijos de palavras escondidos nas próprias palavras. Esconderijos enraizados nas metáforas que são gavetas longas e fundas que arrumam uma infinidade de coisas. Coisas essas que são os nossos fragmentos. E assim de repente parece que me estou a repetir no blog e o "post" que acabo de aqui deixar se torna algo semelhante ao anterior, mas o que está por detrás dele é bem diferente e assim é porque por mais iguais que sejam os dias, há sempre algo de diferente, nem que seja um gesto que passa por nós com a leveza de uma pena ou um gesto que nos atinge como uma pedra de ferro. Uma pedra que nos dilacera em fracções de segundo e nos deixa perdidos em frente à gaveta arrumando e desarrumando. Mas são esses gestos minúsculos e enormes, e de grande impacto, que nos transformam e nos fazem crescer, nos fazem tentar melhorar em relação a ontem, mesmo que para isso pareça que nos deixam a cair desamparados no nosso interior à procura da luz que está cá dentro

Falling Slowly

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Por vezes somos contemplados com a ilusão de estar a fazer uma aterragem, intencional ou ao acaso, segura ou insegura, e quando esse nevoeiro se vai embora e leva consigo o fumo da ilusão, apercebermo-nos que essa aterragem não passa de um salto ainda maior, de um lugar ainda mais alto. Uma aterragem numa nuvem provisória, que não era senão uma meta camuflada de ponto de partida. Quando damos por nós, sentimos que tudo passa por nós, como o vento que nos atinge e nunca o contrário. Há que ficar satisfeito por muitas vezes ficarmos a Cair Devagar como se estivessemos pendurados a um guarda-chuva bem aberto e a balançar como uma folha quando cai da árvore, fazendo-nos embalar e adormecer dentro dum sono onde ficariamo a pensar ou sonhar que se trata apenas de uma viagem pelo arco-iris. Uma viagem cheia de vida e de cor que nos leva de um local para outro. Uma viagem sem complicações, sem dúvidas e com tudo delineado. Se não gostassemos do rumo que estariamos a seguir poderiamos mudar de

El Conejo

Hoje em dia fala-se muito na simplificação dos procedimentos existentes nas tarefas do dia-a-dia da sociedade à semelhança do que é feito entre as pessoas e as suas opiniões e relações entre si, onde a simplificação muitas vezes é a palavra de ordem. Uma simples soma de características, como somar dois mais dois, dá origem ao resultado que define uma pessoa, que é naquele momento rotulada, catalogada e possivelmente arquivada. Em que arquivo?! Isso depende, mas acho que posso dizer que uma soma de dois aspectos nem sempre é suficiente para dar acesso ao arquivo cuja etiqueta mostra algo como "AMIGOS". Normalmente o acesso a esse arquivo é garantido pela resolução de uma equação um pouco mais complexa, contudo volto a frisar que isso é subjectivo e nem sempre é necessário...daí a palavra "normalmente". Gostar de determinado filme, gostar de determinado tipo de música, vestir de uma cor, dizer algo, gostar de videojogos, gostar de determinados desportos, fazer algo,

Silêncio da Noite

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Nos dias em que o sol deixa de ser o sol e que a luz deixa de ser a luz, surge a lua, vazia e apagada, lançando um raio de escuridão densa e tumultuosa envolvendo o dia que já se foi na noite acabada de chegar como um vento que revolta as cortinas e transforma o interior da sala num quarto inerte, onde, de olhos fechados, observo o silêncio acanhado nos braços da noite. Aos poucos, os passos que me saem dos pés trilham as concavidades do silêncio e da noite, para ao fim de uma certa quantidade de tempo medida em unidades incertas, encontrar o interruptor nómada que acenderá o dia e apagará a noite, devolvendo a vida dos sons e da luz e assim acordar para um dia ensombrado pela timidez da noite perdida e esvaziada em águas errantes que ajeitam as margens de um mar que nesses dias esquece-se do brilho, deixando-o perdido algures no oceano. Com um olhar entorpecido assisto ao debate das interrogações moderado pelo esquecimento e alimentado pelo desconhecido, na tentativa de remar pelas