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A mostrar mensagens de maio, 2008

Resposta na Travessa

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Durante vários minutos, olho para aquele traço preto vertical que não pára de piscar à espera que alguém decida pressionar umas teclas após pensar qual será trajecto a fazer durante o saltitar dos dedos sobre pequenas peças de plástico, como se se tratassem de pedras soltas num rio, onde a água podia ficar encarregue de trazer algumas palavras e quem sabe até frases que preenchessem todo aquele rectâgulo branco, vazio e frio. Nesse saltitar de pensamentos por cima de letras, ou de pedras, lembro-me de uma conversa banal que de repente se torna num título escrito a vermelho e com letras a Negrito. Resultado de uma fuga de palavras que não pedem permissão para irem dar uma volta e acabam por fazer asneira, porque com a sua ideia de saírem acabam por ir buscar mais palavras que por sua vez vêm acompanhadas de pontos de interrogação, e como os pontos de interrogação são como convidados em nossa casa, que não podemos simplesmente deixá-los sozinhos na sala a verem televisão enquanto vamos

Surpresas

Com ou sem surpresas vamos trilhando os fragmentos de vida que nos são dados todos os dias e nos ajudam a chegar a algum lado, algum lado que não sabemos ao certo qual é, mas pensamos que sabemos. É talvez nesse pensamento que encontramos a base para continuar este trabalho que pode ser duro ou então como alternativa pode ser que já tenham algo definido, um objectivo e em vez de estar "às aranhas" com o dia-a-dia, está-se preenchendo as linhas de um diário que já tem as suas páginas contadas [como se isso fosse possível se a vida for vivida livremente]. Quantas vezes damos por nós a questionar se o aqui e o agora em que nos encontramos são aquele "estar" ou aquele "ser" que havíamos programado nos momentos de silêncio, nos momentos de passeio pelas ruas dos locais visitados durante as viagens que nem sequer chegamos a levantar voo. Ao que parece isso é uma brincadeira que fazemos connosco próprios. Até que ponto podemos delinear o dia de amanhã, quando tud

Dias de ausência

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Têm sido dias vazios aqui no blog, onde a julgar pela ausência de letras, palavras, sons e imagens, se podia pensar que está tudo estagnado. Contudo essa não é a realidade global porque há coisas que não conseguem estagnar, ao passo que também há outras que parecem que simplesmente ficaram presas no tempo. Mas como a vida, e esse pode não parecer sempre o mesmo ponto de vista, não gira como se estivesse em cima de um disco de vinil , temos de admitir que há sempre qualquer coisa nova no bailar dos dias, nem que sejam dois dedos de conversa com alguém, onde as palavras não se limitam ao banal, não se limitam ao abrir automático da boca pela qual saem as mesmas palavras gravadas e de resposta praticamente instantânea como se se tratasse de uma atendedor automático de chamadas. Dois dedos de conversa são como a tona da água de uma piscina imensamente profunda, para a qual não temos capacidade de alcançar o fundo invisível apagado pela profundidade de um saber repleto de pensamentos, ideia