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A mostrar mensagens de abril, 2011

Cola Super 3

Adormeci a pensar numa força que me atingia com pujança e me transformava em pó e fragmentos,  em nada. Acordei e comecei o dia com Cola 3, ou Cola Super 3, porque achava que era a mais eficaz para voltar atrás e refazer algo que desfiz, algo que quebrei e que se espalhou em pedaços. Juntei-os como se fizessem parte de um puzzle à medida que ia tentando colar cuidadosamente as arestas para que tudo retomasse a sua forma original. Ao longo do processo estive perto de acabar por também ficar colado aos estilhaços. Há coisas que depois de quebradas jamais conseguem voltar a ser como eram antes, pois estarão sempre presentes as rachadelas, as marcas e imperfeições que nos lembrarão dos incidentes que marcaram tal acontecimento. Podemos tentar disfarçar a nossa tentativa de reparação, de reconstituição de algo, recorrendo a artifícios que possam enganar a vista mais desatenta, como por exemplo passar alguma massa para tapar as rachadelas e posteriormente uma mão de tinta para dar um aspec

A luz

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Quando sentimos uma escuridão dentro do nosso coração, da nossa alma, ou de qualquer outro local que sabemos que existe dentro de nós, e que acreditamos que seja de lá que vem a nossa maneira de ver e sentir o mundo, sentimos uma desorientação, uma ansiedade por encontrar a luz que nos possa guiar para um lugar aparentemente mais seguro, mais acolhedor. Tentamos encontrar dentro ou fora de nós essa espécie de salvação, um rumo, uma quietude e uma paz de espírito que nos permita crer que, apesar de o futuro não se mostrar fácil, não podemos baixar os braços. E não o fazemos porque acreditamos que ainda há muito para viver, razões para viver, que há mais tempo pela frente do que aquele que já ficou para trás. Estas certamente já foram a minha palavras usadas como forma de dar algum incentivo a quem achei que precisava, pois é nisso que também tento acreditar e basear as minhas perspectivas. Pode ser que cada vez seja mais difícil continuar a ter esperança e acreditar em finais feliz

Another Year

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O filme chama-se Another Year e tal como o próprio nome indica...acompanhamos um ano, ou mais um ano, da vida de um casal que já tem a sua idade e que aparenta ser feliz. À semelhança do que acontece connosco ou com alguns de nós, esse casal tem amigos/colegas de trabalho de longa data que de vez em quando, uns mais do que outros, se lembram de aparecer lá por casa para tomar um chá ou para um jantar, mantendo assim em dia a relação de amizade e companheirismo existente. Este filme Inglês, que não pretende ser mais do que aquilo que é, surge perante nós como um reflexo da realidade da vida das pessoas, ou de algumas delas, uma vez que determinados aspectos que são abordados, podiam ser da nossa própria vida e à medida que vamos vendo o filmes vamos balançando entre a simplicidade das situações do filme e a complexidade das situações da vida através das personagens que são pessoas e que por isso, como sabemos, podem ser um reservatório infinito de características. O que o presente nos

Sossego no silêncio, ou não!

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Subitamente, ou talvez gradulamente, fez-se silêncio... Há silêncios que valem ouro, mas há outros que são extenuantes porque em vez de darem lugar ao sossego, deixam o ar atribulado por uma série de questões que dançam como as folhas que dizem adeus à sua árvore e partem ondulando de um lado para o outro até chegarem ao seu destino, o chão. Muitas questões não chegam ao chão, acabam por se transformar em pó, em nada. A "questão-mãe" é aquela que permanece e que, apesar de ser muitas vezes ignorada e vista a determinada altura como pano de fundo, um papel de parede, de tempos a tempos ela lembra-nos que ainda não foi saciada. "Qual a razão deste silêncio?" Como seres curiosos que somos, gostamos de saber a razão das coisas serem como são, de estarem como estão, gostamos de saber qual o nosso papel. Sou eu que não ouço? Sou eu que não falo?...Estas são crias da "questão-mãe" e o melhor é fazer com que ela pare já e cobri-la com pele de camaleão. Se ela

Egoísta

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E hoje fui egoísta, neguei algo que à partida não era nada que fosse fora do normal, mas que por instinto simplesmente disse não, respondi "não". Para mim, e para muitas outras pessoas, aquilo que neguei, nem sempre tem o devido valor e passados alguns segundos após tal atitude, parei e foi como se naquele instante, me abandonasse a mim próprio e me repreendesse, me repreendesse por tal gesto. Senti-me envergonhado ao recordar as palavras e o olhar e ao recordar o olhar a quem neguei algo, o meu olhar humedeceu. Perante tal repreensão, virei-me hesitante na possibilidade de poder voltar atrás e tentar remediar a situação, mas tal não aconteceu. Há momentos que têm o seu timing e quando perdem o seu prazo de validade, desaparecem, é como uma gota de água que já secou e transforma-se em nada, viajou para um universo onde as coisas existem mas não são visíveis, um pouco à semelhança das nossas memórias...embora não as vejam, elas existem e agora resta-me lidar com esse pequeno