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A mostrar mensagens de janeiro, 2012

Porque Escrevo...se me transformasse em palavras

"E disse que eu não imaginava a importância das minhas palavras no mundo. Eu, rodeado de silêncio, disse-lhe que não havia palavras que me pertencessem.  Perguntou-me o que é que eu escrevia nos livros. Respondi-lhe que me escrevia a mim. Escrevo-me. Escrevo o que existo, onde sinto, todos os lugares onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridículas: amor, esperança, estrelas, e nas palavras mais belas: claridade, pureza, céu. Transformo-me todo em palavras. Ele olhou-me, e tudo isto ele sabia antes de me ter perguntado." José Luís Peixoto, em "Uma Casa na Escuridão" Hoje, se me escrevesse, se me transformasse em palavras, seriam palavras liquidas e quentes. Um quente que haveria de arrefecer e secar com o passar do tempo e cujos efeitos poderiam ser antagónicos. Gostaria de falar de esperança como gostaria de falar de amor, gostaria de poder dedicar-me a falar de coisas ridículas e banais, falar só por falar, mas infel