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A mostrar mensagens de 2008

"Sem paciência para o Natal..."

Era isso que dizia algures num blog:"...sem paciência para o Natal" Muitos de nós estão sem paciência para o Natal e creio que isso acontece porque aquilo que nos rodeia não é um mundo onde o Natal é uma maravilha, um conto de fadas, uma história sempre feliz, mas antes um culminar de factores que levam a um estado de espírito que custa a deixar lugar para o natalício. É preciso empurrar uns caixotes para conseguir fazer algum espaço, deixar um cantinho livre. No entanto não sei o que é que é pior, se é deixar esta época do ano passar despercebida e sem lhe dar qualquer valor ou atenção, ignorando os seus princípios mais básicos como é o caso de se estar em família e partilhar algo com os outros, ou se é viver a farsa em que tudo está bem e os problemas ficam no lado de fora de casa ou debaixo do tapete, e nem mesmo o que nos chega através das notícias da rádio, da TV , ou outra fonte, são suficientes para dissuadir o nosso contentamento por ser Natal e retirar a máscara de

Feliz Natal

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S em divagações nem fragmentos, desejo a todos os que lerem essas palavras Santo e Feliz Natal Obrigado pelos segundos, minutos ou horas dispensados nos meus fragmentos.

Fábrica de diálogos

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Tenho uma fábrica de diálogos onde se trabalha muito mas produz-se pouco. São inúmeros os projectos de diálogos que são desenvolvidos diariamente, mas que, felizmente ou infelizmente, nunca vêem a luz do dia. Entre esses projectos encontram-se vários tipos de diálogos e até mesmo diálogos transformados em monólogos devido às circunstâncias e variáveis envolvidas no seu processo de fabrico. Diálogos utópicos, diálogos de reconciliação, diálogos de consentimento, diálogos de amizade, diálogos de revolta, diálogos de incompreensão, etc, etc. O que é certo é que a matéria prima para a produção desses diálogos, muitas vezes apresentada em forma de sentimentos, nem sempre provém das melhores fontes de energia, sobretudo quando surgem de situações paradoxas como por exemplo a falta de diálogo. A falta de diálogo gera uma enorme quantidade de matéria-prima que será utilizada para a projecção de novos diálogos. Creio ( para não dizer que sei e que tenho a certeza) que o problema da fábrica é

Stabs

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It might be a tough Word, but yet the one that I found, to describe what is known as the feeling of seeing pieces of someone leaving on a speed train that goes on a supposedly one way track. What is worse is that perhaps that track will never turn around and deliver the pieces that went away on the train. The person who loses those pieces will never be seen as the same one because we never know what went along on that train and what didn’t. All we have to do is to learn how to be a friend of that new version of someone and most of the times try to ignore it and act as that train has never passed by our stations. Because we live on a world full of expectations , believes and theories we need to knowledge that there might be someone expecting to hear words from us that might be lost in our mouth, expecting to get something from us that we don’t even know that we have for us or to give, expecting to always see a smile on our face like we should have a smiley face like Joker when in

"A Sombra do Vento" e "O jogo do Anjo"

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Provavelmente já ouviram falar de qualquer um desses dois livros de Carlos Ruiz Zafon , tendo em conta o sucesso que andam a ter. No entanto li "A Sombra do Vento" por ter achado a sinopse do livro interessante e também por ter lido alguns comentários favoráveis ao livro. Não me arrependi de ter seguido o conselho de quem recomendava o livro, antes pelo contrário, e quando acabei de ler "A Sombra do Vento" ficou aquela sensação de querer mais, como se tivesse acabado de ver um filme e quisesse muito que houvesse já uma sequela agendada. Ora, isso não aconteceu, mas depois li a notícia que o escritor havia lançado o livro "O Jogo do Anjo" em Espanha em meados deste ano e foi uma noticia que me agradou bastante, apesar de, naquela altura, não ter conseguido saber nada acerca de uma possível tradução do livro para Português. Felizmente uns meses depois eis que surge nas páginas principais de alguns sites relacionados com a venda de livros a informação de qu

Silêncio envenenado

Estou aqui a escrever, mas é como se não encontrasse as teclas do meu teclado e sem saber para onde elas foram, apenas sei que levaram as palavras consigo. Talvez estivessem cansadas de estar fechadas entre quatro ou mais paredes e tivessem decidido aproveitar a boleia do vento que de vez em quando dá uma ar da sua graça no lado de fora da janela. Mas espero que voltem... Nem sempre são apenas as palavras que fogem da frente dos dedos porque por vezes parece que também fogem as que estão dentro de nós. Quando não fogem, ficam presas num labirinto sem saída, sendo isso o equivalente a não conseguir pegar nessas mesmas palavras e encaminhá-las para alguém. Ficam apenas às voltas e em cada tentativa de encontrar a saída desse labirinto destroem qualquer rasto de silêncio que possam encontrar, deixando o sossego preso por pontas soltas prestes a rebentarem e a caírem no chão libertando ecos de inquietude. As palavras fazem parte de nós, e nós por natureza somos seres complicados, logo, é

Beautiful mess

"how can you stay outside? There's a beautiful mess beautiful mess inside ... i guess i have to, have to give it birth there's a beautiful mess inside and it's everywhere ... so shake it yourself now deep inside deeper than you ever dared" excerto da música "Far Far" de Yael Naim Possivelmente esses seriam aqueles momentos recheados de melancolia, da qual se quer fugir e ao mesmo tempo parece que estamos envoltos no calor de um cobertor cujo prazer não nos dá azo a querer fazer o que quer que seja, limitando-nos a viver a contradição do sofrimento que gera prazer. O mesmo prazer que é gerado pela solidão que usa mil e uma máscaras e que momentos depois, curtos ou longos, se derrete em rios de tristeza que correm perdidos sem saber onde desaguar, levando consigo todas as cores para dentro de um poço que se afoga em águas cinzentas. Yael Naim - "So Lonely"

Inconstante

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" Não sejas inconstante, não mudes de intento a cada passo, fixa-te num objectivo e persegue-o até ao fim." by Robert Reinick Prós (da frase)... Ser constantemente inconstante geralmente leva-nos a becos sem saída ou então nem nos leva a beco nenhum porque nem lá conseguimos chegar porque antes de isso acontecer já havíamos mudado de direcção ; Querer ter tudo e fazer tudo ao mesmo tempo costuma ser sinónimo de não conseguir ter, acabar ou completar nada e se isso não acontecer, provavelmente o que ficou feito não ficou tão bom poderia ter ficado ou como gostaríamos que ficasse; A falta de objectivos cumpridos leva à desmotivação e à sensação de estar perdido no meio das coisas e dos outros Contras (da frase)... (na perspectiva de ser favorável ter vários objectivos, não apenas um, e não na perspectiva de mudar de objectivo e automaticamente abandonar o anterior, o "mudar de intento a cada passo") Ter apenas um objectivo pode não ser seguro ou aconselhável par

Talento e Vontade

Quando achamos que não encontramos em nós as palavras para um momento de partilha ou que essas por algum motivo, inibidor da nossa vontade de expressar algum pensamento ou sentimento, não nos fazem a vontade, podemos recorrer aos pensamentos ou sentimentos de alguém sob a forma de algo que foi dito ou escrito e que pode ou deve ser partilhado. Falando acerca de talento e vontade ... "...há muitas pessoas que têm talento e vontade, e muitas delas nunca chegam a lado nenhum. Esse é apenas o princípio para se fazer alguma coisa na vida. O talento natural é como a força de um atleta. Pode-se nascer com mais ou menos faculdades, mas ninguém consegue ser um atleta simplesmente por ter nascido alto ou forte ou rápido. O que faz um atleta, ou um artista, é o trabalho, o ofício e a técnica. A inteligência com que se nasce é simplesmente a munição. Para se chegar a fazer alguma coisa com ela é necessário transformarmos a nossa mente numa arma de precisão . ... Toda a obra de arte é agress

At war with ourselves

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" We are all at war with ourselves . That is what it means to be human . The trick is figuring out how to be in the winning side ."... in Heroes Será essa a nossa natureza? Será esse o pensamento resultante de uma constante luta perante a inquietude de nunca se ter o suficiente, de nunca se ser o suficiente bom perante nós próprios e por consequente, perante os outros?! Muitas vezes estamos em guerra connosco próprios, mesmo sem sabermos, e quando não conseguimos vencer essa guerra e encontrar a paz é complicado dar o nosso melhor àqueles que nos rodeiam. Será esse o motivo que leva as pessoas a esquecerem-se umas das outras? Estarão de tal modo envolvidos na sua guerra? Uma guerra que depois ganha um novo adversário, a solidão! Quando a batalha chega a essa fase, em que normalmente as energias começam a faltar, é natural que se procure aliados e esses por norma são exactamente aqueles que ficaram esquecidos enquanto lutávamos ilusoriamente contra nós pr

Desafio

Há uns dias atrás o Carlos [no blog No Limite do Oceano] apresentou-me um desafio que consistia em responder a dez questões, utilizando para isso dez músicas de um artista ou grupo à minha escolha. Posso dizer que foi mesmo um desafio e apesar de ter completado o meu, sinto que ainda não o terminei porque a escolha do artista foi difícil e de certa forma aleatória, e digo difícil porque não foi fácil decidir qual deles seleccionar para me oferecer dez músicas, dez respostas. Mas porque os dias foram passando e no meio da indecisão eu nunca conseguiria encontrar dez respostas se assim permanecesse, tive de optar por um. No meu caso o artista seleccionado foi Enya . Cá vão as perguntas... e respostas. 1. És homem ou mulher? - " May it be " 2. Descreve-te. - " Water shows the hidden heart " 3. O que as pessoas acham de ti? - " Someone said goodbye " 4. Como descreves o teu último (antes do actual) relacionamento? - "A moment lost " 5.

Rasto de pensamentos

Passo a mão pela parede e deixo um rasto dos meus pensamentos que ficam dispersos sobre cinco linhas distorcidas e tracejadas até os meus dedos não encontrarem terem mais chão para percorrer. Começo a correr em busca de algo que me acalme e procuro e volto a procurar, olho em redor e absorvo o ar tentando decifrar o seu cheiro, a sua origem, o seu sabor. A o longe vejo a noite e nela o reflexo das estrelas no meio de uma floresta e é para lá que caminho em busca do seu silêncio e do seu abraço. Dou-me conta que por cada estrela existente na noite do céu, existe uma luz que reflecte essa estrela nos ramos das árvores e no meio da noite e da luz limito-me a deixar o meu corpo estendido num manto de folhas contemplando dois céus. A possibilidade de ter o céu ali tão perto e de lhe tocar ...

USA... Today

E porque eleições nos Estados Unidos da América é quase o mesmo que dizer, eleições no mundo, pode-se dizer que o mundo quase parou mais uma vez e virou as suas atenções para aquele país e para receber o novo presidente dos Estados Unidos. E tal como em tudo o propõe alternativas, a escolha nunca pode agradar a todos, sobretudo numas eleições onde muita gente antes de olhar para o carácter dos candidatos, para a pessoa em si ou para as suas capacidades, olha antes para a sua cor e começa a pensar nas consequências desse facto colocando dúvidas a si próprio assim como aos outros. Infelizmente há razões, justificáveis ou não, que levam a que isso aconteça quase de forma natural. Numa altura em que o mundo atravessa uma fase difícil em muitos aspectos já se diz que desde a decisão do novo presidente dos E.U.A. (ou seja, desde algumas horas atrás) que o mundo (ou parte desse claro) até se sente melhor, o que é compreensível tendo em conta que houve uma mudança e quando há mudanças há esp

Até à próxima

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Eras uma adolescente e o tempo passou e a vida foi dando as suas voltas e num dia como os outros eis que apareces de novo em forma de foto acompanhada por algumas palavras. Olho para trás e o imenso tempo que se passou faz-me pensar que por este ter sido tanto é como se pudesses ter sido uma criança em vez de teres sido uma adolescente. Ler as palavras que acompanhavam a tua foto foi como te reencontrar e trocar dois dedos de conversa contigo, foi questionar-me por onde andaste ao longo de todos estes anos e que transformações sofreste enquanto crescias e o tempo passava, quais foram as cores dos caminhos que percorreste?! Como há coisas que acontecem por acaso [para quem acredita no acaso], ou talvez não, tive a oportunidade de te encontrar pessoalmente no dia seguinte e é como se me tivesse sido dada uma hipótese de ter as respostas para as minhas perguntas que surgiram depois de ler as palavras que acompanhavam a tua foto naquele papel. Aquele encontro fugaz no meio da multidão fo

Water Drops

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De tempos a tempos dou por mim a procurar os fragmentos que não encontro e por entre pingos de água gelada e os ventos escaldantes, tento não desistir dessa procura, e tento não desistir porque acredito que no final irei encontrar alguma coisa. Alguma coisa que valerá a penao esforço e a persistência [algo que nem sempre arranjo] e acho que se não acreditar nisso, então não estou aqui a fazer nada e uma existência em que não se faz nada e na qual nada se ambiciona, talvez nem se possa designar de "existência", mas somente de marcar uma presença. Dentro dum saco misturo tudo o que tenho, e tudo o que tenho pode-se resumir a boas qualidades e más qualidades e tento sempre que o resultado final seja o melhor possível, seja aquele que consiga agradar o maior número de pessoas que de uma forma ou doutra estão relacionadas comigo. Tenho tido muito sucesso? Nem por isso.... Talvez o meu saco esteja rasgado e eu esteja a perder fragmentos importantes. Alguém dizia uma frase com a qua

Palavras ao acaso ou talvez não

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Pensava que já tinha mudado de "entretenimento" nesta minha visita ao parque de diversões, mas afinal vejo e sinto que ainda estou na montanha russa, onde a linha recta e a ligeira subida deram origem a uma descida acentuada e rápida, alternada com alguns pequenos saltos. Saltos esses tão agitados como um acervo de sentimentos a ferver dentro de um caldeirão de vidro, onde as bolhas se sobrepõem umas às outras tentando abrir caminho para fugir dali para fora. Até se aperceberem que não vale a pena lutar contra a temperatura que os exalta, pois o lugar dessas bolhas é ali dentro e quando uma tenta sair, vem logo outra atrás que a empurra para o fundo novamente. Assim será até a temperatura baixar..... Palavras que ficam ao acaso e que um dia pretendiam se transformar na representação escrita de um estado de espírito em constante mudança. Agora servem apenas de pretexto para serem mais um "post" se por ventura não se encaixarem no resultado final e corrente do dia de

Fire of Antólia

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"Houve um fogo numa montanha imortal, Nemtut, cujo cume se estende até aos céus. Primeiramente tudo era fogo, toda a criação, e depois emerge das chamas com a linguagem sagrada do tempo e oferece-se ao Sol. No lugar onde o Este se reuniu com o Oeste, antes do primeiro memorando pela paz mundial no monte do fogo, em Anatólia. Prometheus trouxe o fogo à Humanidade e fluiu como um rio de luz através da terra, propagando-se e testando a vida." Ontem, durante fragmentos do meu tempo estive sentado perante um espectáculo que me levou para bem longe e nem foi preciso sair do lugar onde estava sentado. Fui para um lugar onde o mundo que estava lá fora ficou de parte durante aquele espaço de tempo e continua a ficar de parte durante o tempo que lá regresso através dos fragmentos que a memória conseguiu guardar. Estar no escuro e ser envolto no som da música, que só por si já é um bilhete válido para viajar para bem longe) e poder assistir a cerca de 30 pessoas a viverem a música e ao

Na ausência

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É na ausência de algo ou alguém que nos damos conta que tudo aquilo que temos (nem que seja um possuir aparente), ou que já tivemos, nos deixa a vaguear pelos devaneios do vazio quando a perdemos, quando não a conseguimos encontrar ou quando simplesmente está longe de nós. Assim como…. Na ausência de um olhar, podemos sentir-nos desencontrados. Na ausência de um abraço, podemos sentir-nos frios e frágeis. Na ausência de um beijo, podemos sentir-nos vazios. Na ausência de alguém para nos dar a mão, podemos sentir-nos desequilibrados e sem destino no meio de um labirinto. Na ausência de um amigo, podemos sentir-nos inadequados, inconsistentes e sós. Na ausência da(s) pessoa(s) que nos completa, podemos sentir-nos a cambalear e desamparados. Na ausência da confiança dos outros em nós, sentimo-nos tristes e desmotivados. .................. Poderia ficar aqui a tentar enumerar e descrever “N” coisas, em que na sua ausência, somos capazes de ficar num estado que não é o que entendemos por no

Levanta e Sorri

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Eis as palavras que encontrei num dos comentários deixados aqui no meu blog e que são sinónimos de um conselho de alguém que certamente vê a vida como se se tratasse de uma tela de Monet, onde não falta a luz, cintilante e que aviva as águas de um lago, ou de um rio, que sorriem através de milhares de minusculos pontinhos luminosos que deixam apenas espaço para o reflexo das inúmeras cores da vida que por ali abundam e que dão forma a inúmeras texturas sólidas. Um conselho que deviamos seguir ao abrirmos os olhos pela manhã, ao cheirarmos um novo dia. Fazer de conta que é Domingo (por acaso hoje até é)! Gostaria de pegar nesse sentimento, nessa ideia, e a gravar isso no arranque do meu cérebro pela manhã, sobretudo para dar uso durante os dias da semana. Aqueles dias em que acordar para de seguida ir exactamente para onde não se quer ir, e ver quem não deixa saudades na sua ausência, aquele sitio onde tudo o que nos atrasa dá um passo de gigante, os segundos são minutos, os minutos sã

And daylight comes and fades with the tide

Porque há músicas que não nos são indiferentes, ao ouvir essa de Beth Gibbons ( Portishead ), " Show ", aproveitei para deixar aqui umas palavras... Quantas são as vezes em que palavras dessas surgem nos nossos pensamentos sob a forma de uma questão ou de uma conclusão? Há dias que se passam que nem sequer nos deixam passar do "ontem" para o "hoje" porque nem tão pouco fomos capazes de deixar pegadas à entrada da porta ou onde quer que seja. Será que existiram e alguém as varreu?! Nesse constante e fervoroso "rolar de nuvens" não nos podemos esquecer que temos de nos encontrar e guiar ao longo do nosso "espectáculo" personificado no palco da vida com um guião contínuo e improvisado diariamente. Escrever isso, pode-se dizer é parar para pensar e fazer uma pausa no movimento da maré que varre as horas e os dias e não nos deixa senão com uma vaga memória para o dia de amanhã. O que é que há de bom nisso? Talvez conseguir não incluir ness

Campos abertos ao céu

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Depois de tanto tempo sem por cá os pés, decidi que era finalmente altura de visitar o meu blog e arrancar as ervas e os paranhos que foram crescendo ao longo destes dias de abandono que se passaram. Como se se tratasse de estar numa divisão sem tempo e sem espaço, é assim que vejo as palavras que hoje ficam aqui, que têm como função apenas marcar presença, marcar uma existência. Uma existência que é como estar nessa tal divisão que só existe porque nós existimos e que ao mesmo tempo é nada e é tudo. Tudo o que temos. No delineamento dos dias que se passaram, posso dizer que, foi como estar no meio de campos abertos ao céu e montanhas, onde os espaços planos se fundiam com subidas e descidas que tinham de ser exploradas. E como tudo o que fazemos, e tudo o que nos fazem, faz parte da vida, o que é preciso fazer é pegar nisso e transformar isso em experiência de vida. Aprender a saber que quando subimos podemos descer e que quando descemos podemos encontrar um nova subida e que nen

Fonte de Energia

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E entre tempestades de sol, chuva e vento se constroem os dias do dia-a-dia de uma casa onde a incerteza é a única certeza, é a única probabilidade possível num mundo aleatório que surge com o som da chave na fechadura no entrar ou no sair dessa casa. No entanto, é muitas vezes no evacuar do meio dessa confusão, dessa tempestade, que encontro a bonança que me acalma e me leva para longe. Há dias em que as pessoas parecem estar a passear no meio de uma neblina como se não passassem de fantasmas, de espectros que me iludem e me deixam a balançar em questões relacionadas com o quanto eu as conheço ou o quanto elas me conhecem, e o que é que dá origem a essa neblina que por vezes tem tendência a tornar-se cada vez mais densa e sólida, dando espaço apenas àqueles que parecem importar verdadeiramente. Mas nem tudo há-de ser mau, incerto ou desmotivante...e saber que se tem um abraço disponível para nos acolher, um beijo para nos reconfortar, uma palmada nas costas para nos acalmar ou uma pa

O turno do sol

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Sobre os braços abertos, as mãos dadas e os dedos cruzados, deito-me e olho para o céu viajando ao som das ondas pelos instantes de ontem, pelos instantes de hoje e imaginando os instantes de amanhã. Faço uma pausa e absorvo os últimos raios que o sol tem para oferecer no final do seu turno. O mar não fez uma pausa e continua incansável no seu jogo com a areia, indeciso se há-de ficar ou se há-de ir. Estou cansado do dia de hoje, dos dias antes do dia de hoje e aproveito a voz das gaivotas para dar asas ao que me cansa e deixar-me continuar a minha viagem...

Barreiras

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Todos nós percorremos o nosso caminho na expectativa de encontrar a nossa meta e alcançar aquilo a que todos chamamos de felicidade. Na solidão, ou na companhia daquelas pessoas que conseguimos encontrar e que abraçamos, tentamos ultrapassar os obstáculos que vão surgindo e um dos grandes obstáculos é o denso nevoeiro que às vezes desce e rasga o chão, tirando o apoio debaixo dos pés, deixando-nos a flutuar. É incrível como tudo pode ter uma barreira e que ao saltar essa barreira estamos a pisar a relva ou a terra de um campo totalmente diferente, onde o bem passar a ser o mal, onde o certo passa a ser errado, onde o amor passa a ser algo estranho, onde a música passa a ser silêncio, onde o dia passa a ser noite e onde o calor de uma chama se transforma numa pedra de gelo que congela os sentimentos. Talvez seja nesse momento que encontro o meu piano fechado a sete chaves, engasgado com as palavras que não saem e que se dispersam por caminhos infinitos ao longo de notas silenciosas e h

Conversas

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A fala é um dos meios mais básicos, mas ao mesmo tempo um dos mais importantes, que temos ao nosso dispor para comunicar, para interagir com alguém e embora nem sempre seja fácil ou correcta a forma como essa interacção é feita, ela é essencial. Não é minha intenção tentar explicar os infindáveis tipos de conversas que se podem ter com alguém ou que alguém pode ter consigo próprio. E porque as conversas servem para exprimir o que sentimos, há diálogos que se transformam quase instantaneamente em monólogos devido às suas intenções ofensivas, destruidoras, egoístas e vingativas . Posso dizer que caminhar em certas conversas é como andar descalço por cima de um chão cheio de pedras e vidros, e claro, que o melhor a fazer nesses casos, é desviar os pés desse caminho e procurar um caminho mais seguro e menos ofensivo, nem que se tenha de ficar quieto a ver alguém lançar essas armadilhas para o meio do chão, e esperar pacientemente que que o cenário mude de figura. É que nem sempre há paciê

Até que ponto

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Até que ponto... Conseguiremos nós aguentar e sustentar esse nosso mundo de mentira, esse nosso mundo de brincar? Esse mundo onde nós inventamos todos os dias um problema novo para ter algo para resolver e nos ocupar algum tempo, como se isso fosse um novo desafio e mais um motivo para satisfazer a curiosidade de perguntas como "porque é que estamos aqui?". Até que ponto... Posso eu estar aqui a escrever algo, quando eu próprio faço parte dessa encenação, sendo um dos bonecos que vive nesse mundo, que se se queixa por ter de se levantar cedo da cama todos os dias para ir trabalhar [e quem não tem trabalho e não tem como ganhar a vida e sustentar a sua família?! Para não mencionar aqueles que por algum motivo nem sequer conseguem sair da cama!], que se queixa por ter comido demais e estar com dor de barriga ou algo do género [e aqueles que estão com dor de barriga por não comerem há dias?!], que se queixa das horas durante do dia de trabalho, em que estas parecem não passar e

Interrogações e Exclamações

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Tão sufocante como uma caminhada debaixo de um céu azul escaldante, é o ardor que vocifera silenciosamente através das janelas de um mundo esquecido que se debruça perante a noite, que se acalenta nos seus recantos e se apaga como a chama de uma vela que caminha lentamente para o seu único destino possível...a sua morte, o seu desaparecimento. São pensamentos e ideias que se deformaram em passos sincronizados com o movimento da chama e que acabaram por se esvair no ar, deixando de de existir e perdendo a oportunidade de um novo despertar. Um novo despertar que seria preenchido por outras interrogações e exclamações! Mesmo sabendo que esses são os ingredientes que nos alimentam no dia a dia, surpreendo-me muitas vezes com as complexidades das mesmas ("?", "!"), sobretudo se sou eu que me dirijo na sua direcção. Até mesmo o simples movimento de dar um passo já muda tudo, pois estamos um passo mais longe do passado e um passo mais perto do futuro. Onde é que está a l

Na imensidão

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Na imensidão deste mar, dou-me conta que não passo de uma simples gota que existe algures entre o ser e o não ser, entre o estar e o não estar. Um mar tão vasto, onde os seus limites me ultrapassam por completo e a sua infinidade desperta em mim perplexidade e espanto. Um mar que não pára e que não deixa parar, um mar que seria impossível de partilhar a sua existência com os vidros de um aquário, com os confins de um espaço fechado onde o tempo já teria morrido e o ar já teria desaparecido. Mas porque nem todos os dias nos sentimos da mesma maneira e também porque não há dias iguais (por mais parecidos que sejam), há aqueles dias em que, mesmo sabendo que não passamos de uma gota, não nos importamos com isso, e chegamos mesmo a pensar que um oceano sem essa gota, não seria o mesmo oceano. Não seria o mesmo oceano porque há outras gotas por aí espalhadas que se unem e conseguem criar um pequeno oceano. As marés levam-nos e trazem-nos, as marés juntam-nos e separam-nos, as marés elevam-n

Recordações

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O tempo passa e aproxima-se a altura de ser o mesmo mês, o mesmo dia, mas um ano mais tarde, um ano que engana porque parece que foi ontem e ao mesmo tempo parece que já se passaram mais de doze meses! Contudo isso não interessa porque dizem que a vida vive-se para a frente e não para trás, no entanto sabe sempre bem recordar os fragmentos de vida que ficaram para trás... Aqueles momentos que foram preenchidos com pensamentos de interrogações, curiosidades e ansiedade, hoje, na mesma data, são preenchidos com pensamentos nostálgicos que fazem repetir no pensamento a ideia do prazer de um passeio, do percorrer ruas e ruas desconhecidas, com os olhos a captarem tudo o que conseguiam, como se fizessem parte da lente de câmara de filmar; o prazer do convívio com as pessoas que se reencontrei, que conheci, e que agora estão Longe; o prazer de acordar para um novo dia quase vazio de preocupações, de tarefas subordinadas a algo ou a alguém; o prazer de conseguir tentar vencer desafios, recei

Num piscar de olhos

Num piscar de olhos tudo pode acontecer e nada mudar e também pode não acontecer nada e tudo mudar. Pode ser a diferença entre o existir e o não existir. É o tempo suficiente para o pássaro bater as suas asas e levantar voo da minha mão a partir para parte incerta, deixando nada mais do que um sentimento vazio, um sentimento vazio que é capaz de encher todo o corpo, todo o olhar, toda a alma. De deixar o olhar aquecer ao ponto de derreter gotas de vazio que formam rios silenciosos que caem desaparados. É o tempo suficiente para um sorriso inverter-se. É o tempo suficiente para inverter o olhar e tentar avistar o coração, ver o que lá está, o que já lá esteve, o que poderá lá estar, mas mesmo assim, não é tempo suficiente para sabermos onde está a verdade, onde está a razão, porque por vezes, nesse piscar de olhos. olhamos cá para dentro e queremos ter mais tempo para acender a lanterna e olhar para todos os cantos e confirmar se está tudo em ordem. Para encontrar a serenidade da noite

Sem título - 4

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... - Pois é! Como é que eu poderia esperar outra resposta? O disco é sempre o mesmo. Desculpam-se das coisas invocando as situações inversas, mas o que não vêem , é que isso não responde a muita coisa. - Mas já que falas em desculpas, já arranjaste a tua desculpa para o facto de estares aqui, de estares na situação que estás? - Já que sabes tanta coisa e fazes-te tão esperto, ainda será preciso eu ter de dizer mais alguma coisa sobre isso? - Calma! Só estou a tentar ajudar. Só quero que penses naquilo que fizeste. Aliás, que penses muito bem nisso e então escolhas uma dessas portas e naquilo que vais fazer. - Talvez não haja muito em que pensar, pois se estou aqui, e se dizes que fiz o que disse que ia fazer, é porque já não preciso de pensar muito mais e a decisão será fácil. - Por vezes julgamos que estamos a tomar as decisões certas, mas na verdade, estamos é a esconder a razão dentro de uma saca de fardo e a deixar os sentimentos liderarem as nossas acções e isso, muitas vezes l

Fit in

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Se há músicas que têm uma letra simples e pequena, mas que no fundo querem dizer muita coisa, querem simplesmente dizer tudo, esta que hoje deixo aqui, é sem dúvida uma dessas músicas! Com ela posso pensar em mil e uma coisas ou posso simplesmente ouvi-la e não pensar em nada e não fazer mais do que ouvi-la. Felizmente existe a partilha e essa música é resultado disso mesmo, de uma partilha, e porque assim é só podemos estar agradecidos. Quantas vezes chegamos ao fim do dia sobrecarregados com um peso invisível composto pelas mais diversas coisas?! O peso de um dia de trabalho, o peso de uma conversa, o peso de uma reprovação, o peso de uma queda, o peso da sociedade, o peso de um olhar, o peso do não saber, o peso do falar, o peso do calar, o peso de uma lágrima, o peso de um gesto, o peso de um sentimento, o peso da vida, o peso do mundo! Olhamos para o lado e vemos uma pena que se deixa levar, envolta em toda a sua subtileza, que se deixa levar por ser leve, por ser livre e ao mesm

Resposta na Travessa

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Durante vários minutos, olho para aquele traço preto vertical que não pára de piscar à espera que alguém decida pressionar umas teclas após pensar qual será trajecto a fazer durante o saltitar dos dedos sobre pequenas peças de plástico, como se se tratassem de pedras soltas num rio, onde a água podia ficar encarregue de trazer algumas palavras e quem sabe até frases que preenchessem todo aquele rectâgulo branco, vazio e frio. Nesse saltitar de pensamentos por cima de letras, ou de pedras, lembro-me de uma conversa banal que de repente se torna num título escrito a vermelho e com letras a Negrito. Resultado de uma fuga de palavras que não pedem permissão para irem dar uma volta e acabam por fazer asneira, porque com a sua ideia de saírem acabam por ir buscar mais palavras que por sua vez vêm acompanhadas de pontos de interrogação, e como os pontos de interrogação são como convidados em nossa casa, que não podemos simplesmente deixá-los sozinhos na sala a verem televisão enquanto vamos

Surpresas

Com ou sem surpresas vamos trilhando os fragmentos de vida que nos são dados todos os dias e nos ajudam a chegar a algum lado, algum lado que não sabemos ao certo qual é, mas pensamos que sabemos. É talvez nesse pensamento que encontramos a base para continuar este trabalho que pode ser duro ou então como alternativa pode ser que já tenham algo definido, um objectivo e em vez de estar "às aranhas" com o dia-a-dia, está-se preenchendo as linhas de um diário que já tem as suas páginas contadas [como se isso fosse possível se a vida for vivida livremente]. Quantas vezes damos por nós a questionar se o aqui e o agora em que nos encontramos são aquele "estar" ou aquele "ser" que havíamos programado nos momentos de silêncio, nos momentos de passeio pelas ruas dos locais visitados durante as viagens que nem sequer chegamos a levantar voo. Ao que parece isso é uma brincadeira que fazemos connosco próprios. Até que ponto podemos delinear o dia de amanhã, quando tud

Dias de ausência

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Têm sido dias vazios aqui no blog, onde a julgar pela ausência de letras, palavras, sons e imagens, se podia pensar que está tudo estagnado. Contudo essa não é a realidade global porque há coisas que não conseguem estagnar, ao passo que também há outras que parecem que simplesmente ficaram presas no tempo. Mas como a vida, e esse pode não parecer sempre o mesmo ponto de vista, não gira como se estivesse em cima de um disco de vinil , temos de admitir que há sempre qualquer coisa nova no bailar dos dias, nem que sejam dois dedos de conversa com alguém, onde as palavras não se limitam ao banal, não se limitam ao abrir automático da boca pela qual saem as mesmas palavras gravadas e de resposta praticamente instantânea como se se tratasse de uma atendedor automático de chamadas. Dois dedos de conversa são como a tona da água de uma piscina imensamente profunda, para a qual não temos capacidade de alcançar o fundo invisível apagado pela profundidade de um saber repleto de pensamentos, ideia

Sem título - 3

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... - Pois, mas eu não sabia disso. Contudo eu não estou em coma e de qualquer maneira também estou aqui. - Não é só quem está nesse estado que vem aqui parar. Mas para tua informação, e como estranhamente pareces não te recordar, devo dizer que é esse o estado em que te encontras nesse momento. - Eu?! Em coma?! - Sim, não é contigo que estou a falar? - Bem, cada vez percebo menos. - Então deixa-me dar-te uma pequena ajuda...Já não te lembras do telefonema que fizeste para a redacção daquele jornal para o qual disseste que ias enviar uma carta com algo que gostavas que publicassem e que também seria de certa forma a explicação para aquilo que irias fazer? Estás aqui exactamente por teres feito o que disseste que ias fazer, só que pelos vistos as coisas não correram como tinhas planeado, porque se tivessem corrido, não estavas aqui, e provavelmente terias ido parar directamente à Porta do Infinito. - Como é que sabes isso? Viste na tua bola de cristal foi? - Eu não preciso de recorrer a

Sem título - 2

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... - Não. Não vejo nenhum espelho. Mas também não preciso de um espelho para saber que existo. Posso olhar para mim e sentir a minha própria presença e porque é que haveria de precisar de mais alguma coisa para saber que eu existo? - Não te preocupes. Não deve tardar muito até que te apercebas que as coisas não são bem assim. - Mas afinal que sitio é esse? Ainda não me disseste! - Já que insistes em saber, posso dizer-te que isso é como se fosse uma sala de espera. Uma sala de espera onde não existem senhas para atendimento e cada um decide quando chegou a sua hora de ser atendido . Por quem, eu não sei. Estás a ver aquela porta lá ao fundo, bem longe daqui, e que parece uma miniatura?! Pois bem, quando tomares a tua decisão saberás que irás entrar numa destas duas portas, ou na que está atrás de ti ou naquela atrás de mim. - E o que é que há para além daquela porta? - Isso ninguém sabe, nem mesmo eu sei! Acho que também só vou saber quando eu sair daqui e optar por atravessá-la. Mas