Take all for granted

Muitas vezes, mesmo que inconscientemente, acabamos por levar a vida, e seus "sub-elementos", como algo garantido. Somente coisas que de alguma forma mexem connosco são capazes de nos abanar como se agarrassem nos nossos ombros e nos sacudissem para a frente e para trás para nos fazer despertar para a realidade e ver as coisas como elas deviam ser vistas ou vividas. Um desses exemplos são as doenças que de um momento para o outro mudam tudo, acabam com tudo, retiram debaixo dos nossos pés o chão que seguramente pisávamos. Na maioria dos casos é preciso ter um exemplo próximo de nós para nos apercebermos de que nada está garantido. No entanto, infelizmente com o passar do tempo vamos voltando ao estado anterior, como se houvesse um íman que nos atraísse para aquele estado, para aquele pensamento, para aquele absorto modo de estar e de viver.
Falando por mim, e certamente também por muitas outras pessoas, devo dizer que os tempos que vivemos e as coisas a que temos vindo a assistir, tanto no nosso país como um pouco por tudo o mundo, deixam-nos um pouco com o pé atrás em relação a perspectivas de futuro e para onde caminhamos. Temos de aprender a viver com essa espécie de receio, que mesmo que seja imaginário, coloca alguma pressão ou tensão sobre os nossos ombros. Talvez tenhamos agora mais motivos para não ter tudo como garantido, quer seja materialmente quer seja nos outros aspectos das nossas vidas.
Claro que falar é fácil e muitas conversas podem se transformar em encorajamentos para aproveitarmos a vida porque ela é curta e só temos uma. Não é que essas ideias sejam falsas, mas por em prática os modos de aproveitamento dessa única vida nem sempre é fácil, mesmo que muitos de nós tenhamos o dom de complicar as coisas, temos de admitir que é preciso parabenizar aquelas pessoas que sabem levar a vida "numa boa" (desde que o façam de forma justa, pois de injustiças já estamos todos fartos).

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