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A mostrar mensagens de julho, 2008

Barreiras

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Todos nós percorremos o nosso caminho na expectativa de encontrar a nossa meta e alcançar aquilo a que todos chamamos de felicidade. Na solidão, ou na companhia daquelas pessoas que conseguimos encontrar e que abraçamos, tentamos ultrapassar os obstáculos que vão surgindo e um dos grandes obstáculos é o denso nevoeiro que às vezes desce e rasga o chão, tirando o apoio debaixo dos pés, deixando-nos a flutuar. É incrível como tudo pode ter uma barreira e que ao saltar essa barreira estamos a pisar a relva ou a terra de um campo totalmente diferente, onde o bem passar a ser o mal, onde o certo passa a ser errado, onde o amor passa a ser algo estranho, onde a música passa a ser silêncio, onde o dia passa a ser noite e onde o calor de uma chama se transforma numa pedra de gelo que congela os sentimentos. Talvez seja nesse momento que encontro o meu piano fechado a sete chaves, engasgado com as palavras que não saem e que se dispersam por caminhos infinitos ao longo de notas silenciosas e h

Conversas

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A fala é um dos meios mais básicos, mas ao mesmo tempo um dos mais importantes, que temos ao nosso dispor para comunicar, para interagir com alguém e embora nem sempre seja fácil ou correcta a forma como essa interacção é feita, ela é essencial. Não é minha intenção tentar explicar os infindáveis tipos de conversas que se podem ter com alguém ou que alguém pode ter consigo próprio. E porque as conversas servem para exprimir o que sentimos, há diálogos que se transformam quase instantaneamente em monólogos devido às suas intenções ofensivas, destruidoras, egoístas e vingativas . Posso dizer que caminhar em certas conversas é como andar descalço por cima de um chão cheio de pedras e vidros, e claro, que o melhor a fazer nesses casos, é desviar os pés desse caminho e procurar um caminho mais seguro e menos ofensivo, nem que se tenha de ficar quieto a ver alguém lançar essas armadilhas para o meio do chão, e esperar pacientemente que que o cenário mude de figura. É que nem sempre há paciê

Até que ponto

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Até que ponto... Conseguiremos nós aguentar e sustentar esse nosso mundo de mentira, esse nosso mundo de brincar? Esse mundo onde nós inventamos todos os dias um problema novo para ter algo para resolver e nos ocupar algum tempo, como se isso fosse um novo desafio e mais um motivo para satisfazer a curiosidade de perguntas como "porque é que estamos aqui?". Até que ponto... Posso eu estar aqui a escrever algo, quando eu próprio faço parte dessa encenação, sendo um dos bonecos que vive nesse mundo, que se se queixa por ter de se levantar cedo da cama todos os dias para ir trabalhar [e quem não tem trabalho e não tem como ganhar a vida e sustentar a sua família?! Para não mencionar aqueles que por algum motivo nem sequer conseguem sair da cama!], que se queixa por ter comido demais e estar com dor de barriga ou algo do género [e aqueles que estão com dor de barriga por não comerem há dias?!], que se queixa das horas durante do dia de trabalho, em que estas parecem não passar e

Interrogações e Exclamações

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Tão sufocante como uma caminhada debaixo de um céu azul escaldante, é o ardor que vocifera silenciosamente através das janelas de um mundo esquecido que se debruça perante a noite, que se acalenta nos seus recantos e se apaga como a chama de uma vela que caminha lentamente para o seu único destino possível...a sua morte, o seu desaparecimento. São pensamentos e ideias que se deformaram em passos sincronizados com o movimento da chama e que acabaram por se esvair no ar, deixando de de existir e perdendo a oportunidade de um novo despertar. Um novo despertar que seria preenchido por outras interrogações e exclamações! Mesmo sabendo que esses são os ingredientes que nos alimentam no dia a dia, surpreendo-me muitas vezes com as complexidades das mesmas ("?", "!"), sobretudo se sou eu que me dirijo na sua direcção. Até mesmo o simples movimento de dar um passo já muda tudo, pois estamos um passo mais longe do passado e um passo mais perto do futuro. Onde é que está a l

Na imensidão

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Na imensidão deste mar, dou-me conta que não passo de uma simples gota que existe algures entre o ser e o não ser, entre o estar e o não estar. Um mar tão vasto, onde os seus limites me ultrapassam por completo e a sua infinidade desperta em mim perplexidade e espanto. Um mar que não pára e que não deixa parar, um mar que seria impossível de partilhar a sua existência com os vidros de um aquário, com os confins de um espaço fechado onde o tempo já teria morrido e o ar já teria desaparecido. Mas porque nem todos os dias nos sentimos da mesma maneira e também porque não há dias iguais (por mais parecidos que sejam), há aqueles dias em que, mesmo sabendo que não passamos de uma gota, não nos importamos com isso, e chegamos mesmo a pensar que um oceano sem essa gota, não seria o mesmo oceano. Não seria o mesmo oceano porque há outras gotas por aí espalhadas que se unem e conseguem criar um pequeno oceano. As marés levam-nos e trazem-nos, as marés juntam-nos e separam-nos, as marés elevam-n