Fragmentos Repartidos

 Corro o risco de me estar a repetir aqui no blogue com a mesma expressão: Há músicas que surgem e encaixam-se de forma perfeita em determinados momentos da nossa vida, como se o músico que a escreveu ou compôs tivesse a capacidade de ler os nossos pensamentos ou expressar exactamente aquilo que sentimos ou pensamos. Creio que isso se deve ao facto de afinal não sermos os únicos a viver ou passar por tal experiência ou situação...e ser ao fim ao cabo uma espécie de sorte ao dar de caras com determinada música em determinado momento. Por vezes a solidão, ou solitude, pode levar-nos a procurar estabelecer relações de amizade que, de forma errada, quase instantânea, queremos ter como garantidas, como algo real, como algo que não seja, afinal de contas, algo prematuro e ilusório, como o fumo que se evapora no ar, deixando-nos apenas com uma nova solidão, desta vez acentuada pela angústia e pela sensação de fracasso e frustração. É como se já estivéssemos presos, sozinhos, dentro de um poço

Livro de Hiro Arikawa... que pensei que fosse um autor, mas afinal é uma autora...mas isso de nada importou aquando da leitura deste livro. Se há livros que nos dão prazer de ler, esse, para mim, foi um deles. É um livro que na sua simplicidade, consegue cativar-nos desde o seu início. Na sua simplicidade, aborda alguns temas complexos, começando desde logo pela amizade, mas seguindo pela questão da família, morte, amor, cumplicidade, etc. Não os aborda de forma exaustiva, mas sim com uma leveza e com uma escrita "suave" que nos conduz pelo presente e passado da personagem principal e sua família e amigos. Não sabia ao certo que viagens seriam essas que este gato iria fazer, por isso fiquei curioso desde o início e, se no fim ficamos com a impressão de que até não foram muitas viagens, ou tantas quantas pudéssemos pensar que fossem, e que também não se tratassem de viagens por um vasto mundo fora, digo que foram as suficientes, e as adequadas. As essenciais para nos fazer con

Gosto da noite Gosto do silêncio da noite, do seu sossego Mas tenho receio da noite Tenho receio da vulnerabilidade do sentir Receio da imensidão do nada Receio do vazio injustficado Receio da solidão Sinto na pele a ingratidão Aguardo o dia, a onda que vem beijar a areia e leva consigo a inquietude A agitação trata do entorpecimento  O dia envolve - nos, desperta - nos, faz - nos viver Mas será que nos deixa sentir?  É valerá a pena?! 

Alguns terão a sorte de assistir a tudo isso como se de um filme se tratasse, e no final vão se embora para casa, eventualmente a matutar no assunto; Outros serão os protagonistas e viverão, e sentirão na pele, e não só, os efeitos e consequências deste mal que é transversal a quase todos nós; Cada pessoa, cada família, cada sociedade, vive agora nesta fase de habituação a uma nova realidade, na esperança de ainda se poder voltar atrás, como que acordar, sentir o alívio de perceber que afinal tudo isso era só um "pequeno" pesadelo, mas infelizmente damos por nós a constatar que é, no fim de contas, mais um problema; Mais um problema a juntar a outros tantos, um problema que para muitos será o mais grave, para outros será o problema que irá acender o rastilho rumo a uma série de reviravoltas possivelmente rumo a um ponto sem retorno… diferentes pessoas, diferentes perspectivas, diferentes situações...  Mas uma coisa é certa, é comum a todos, é necessário ter paciência e acredi

Já vos aconteceu lembrar de algumas amizades do tempo da escola e no seguimento desse pensamento tentar procurar um desses amigos num dos meios que temos ao nosso dispor, e que hoje em dia surge em primeira instância (pois antes nem tínhamos essa possibilidade), mais conhecido como redes sociais?! Pois a mim já me aconteceu algumas vezes, embora sem grande insistência/persistência no assunto. De tempos a tempos lembro-me desse casal amigo, que eram primos um do outro, e questiono o que farão hoje em dia. O que é feito dela, o que é feito dele. Será que já nos cruzamos sem dar por isso? Para onde os levou o destino?!  Que caminhos seguiram?! Assim, de tempos a tempos, procuro os seus nomes para ver se os encontro. Infelizmente sem sucesso... Suponho que devam ser das pessoas que não se interessam por redes sociais ou por partilhar a sua vida publicamente. E entendo que essa seja suas escolhas. Entretanto as redes sociais, que nos querem ligar a todos, mostram-nos pessoas que poss

Como já é de certa forma habitual, passo  aqui para para registar mais uma sugestão musical. Regra geral as músicas que aqui deixo são músicas que ouço várias vezes, como se fosse uma fase, e que, após passar algum tempo sem as ouvir, sabe sempre bem o momento de as revisitar, de as voltar a ouvir. Se por ventura alguém ler estas palavras, fico grato se puder deixar alguma sugestão sua. Hoje deixo aqui Here comes the river... de Patrick Watson

Por vezes damos por nós a acreditar, a. confiar cegamente em algo ou em alguém. Pensamos ter a possibilidade de relegar as nossas palavras a outra pessoa e que essa pessoa as guardará e terá as mesmas em consideração... A mesma consideração que tem, ou teria, por nós... como seria de esperar.  Mas, lamentavelmente, não é assim que as coisas funcionam na maior parte das veszes e é invetivel não nos sentirmos defraudados ao verificar que afinal podemos ser como insignificantes para aquelas pessoas que para nós eram credíveis. Quando pensamos que existem excepções, que a amizade, a verdadeira, existe e temos uma mão amiga, eis que afinal estamos mais atrás do que a linha de partida. Em vez de avançarmos, simplesmente voltamos mais atrás, e mesmo que se queira pensar que da próxima vez que trilharmos o mesmo caminho teremos as experiências da vida para nos ajudar, a determinação para o voltar a percorrer não é a mesma. Por mais ditados que existam a tentar dizer o contrário, ou a ameniz