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A mostrar mensagens de janeiro, 2009

Viver Vivendo

Há alguns dias atrás, ou talvez semanas, um amigo falou-me acerca de algo que lhe tinham dito e que se resumia ao facto de escrevermos [pensarmos ou imaginarmos] acerca de coisas que não se vivem. Não sabendo bem porque razão lembrei-me disso hoje, ou talvez sabendo porquê, mas não querendo saber, posso constatar que essa teoria talvez se aplique à minha realidade. É bom, é mau? Não sei, pois isso faz parte daquelas coisas que só ficamos a saber quando as vivemos e viver constantemente na dúvida acerca das mais variadas coisas, só confirma a ideia de se passar muito tempo a viver imaginando em vez de se viver vivendo. Eis que o tempo não perdoa e nos bate à porta e apercebemo-nos que deixamos as horas, dias, meses e anos passarem por nós e não soubemos aproveitar tudo aquilo que tinham para nos dar e no momento em que essa ideia toca o sino é muito fácil teorizar acerca disso e fazer-me de entendido na matéria, mas depois é como virar o disco o tocar o mesmo e apesar de gostar de estar

I'll take the rain

O que outrora fora um local onde havia movimento, cores a saltitar irrequietas numa constante boa-disposição, alegria, emanação de um som feliz e acolhedor, hoje não passa de um lugar frio recheado de silêncio, um silêncio triste e repulsivo, tão frio como o vento que acompanha a neve a cair, a neve que cai, mas não fica no chão porque ali só existe ausência de cor, ausência de vida. Tudo se transforma e nós não somos excepção, remamos no nosso barco no mar que pensamos que é nosso, e quando os braços manifestam o seu desagrado, reclamando o uso excessivo que lhes estávamos a dar, deixam-se ficar quietos e ficamos a viajar ao bel-prazer das ondas, das marés, e talvez seja nessa fase que nos transformamos sem dar por isso. Também é como surpresa que muitas vezes vemos que os outros, assim como muitas coisas, que estavam ao nosso redor, também se transformaram porque estivemos à deriva, sem dar atenção a nada. Remaram em direcções opostas à nossa, ou em direcções que nem sequer sabemos q

Improviso 1

Encontro-me mais uma vez sob um estado de espírito indefinido, não é quente, não é frio e também não é morno, é como um bloqueio a tudo o que me rodeia e por mais que tente não arranjo maneira de abrir a porta e fico preso pelas paredes. Qualquer ideia que surja na tentativa de me libertar desse estado de embriaguez de aborrecimento, parece ser automaticamente descartada e volta tudo ao mesmo. Não sei até que ponto essas palavras podem ajudar porque ao mesmo tempo parece que fortalecem as paredes e quando somos incoscientemente prisioneiros de nós próprios, tudo parece confuso. Não é que a nossa realidade seja fácil de decifrar, tudo depende da abordagem que cada um de nós faz dessa mesma realidade, tomando a liberdade de chamar essa abordagem de "sua realidade", quando na verdade, é apenas a sua perspectiva da realidade de todos nós, fica de fora aquilo que queremos ignorar e só conta aquilo que nos interessa, ou não fossemos todos humanos. Já que o aborrecimento está a fu

Derrota

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É extremamente desmoralizante quando as nossas acções comprometem o sucesso dos outros e o nosso próprio sucesso. Quando o nosso fracasso passa a ser o também o fracasso dos outros e como há coisas que só acontecem uma vez no espaço e no tempo, é angustiante reviver as memórias dos momentos que tinham tudo para serem bem sucedidos e não o foram. Saber que aquilo que fizemos pode oscilar entre o muito bom e o péssimo nem sempre resulta numa média que se possa chamar razoável, principalmente quando o resultado final é uma derrota que podia muito bem ser uma vitória porque aparentemente estava destinado a sê-lo. Outras oportunidades surgirão e é necessário compensar e eliminar os erros cometidos, deixar para trás a desmotivação e sentimento de culpa, transformar a experiência adquirida em vontade de fazer mais e melhor.

Puzzle

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A vida é um puzzle que se constrói e é uma busca constante pelas peças que continuam a faltar. Em determinadas alturas conseguimos encaixar uma, duas ou até três peças seguidas e com relativa facilidade, mas noutras alturas ficamos simplesmente desanimados e com vontade de deixar o puzzle de lado porque há peças que saem do seu lugar e outras que são difíceis de achar. O único problema é que não podemos abandonar o puzzle porque cada peça desse puzzle é uma parte de nós. É muito triste saber que há pessoas que perdem o lugar onde montavam o seu puzzle e têm o azar de arrumar todas a peças que já tinham conseguido encontrar, dentro de um saco rasgado e velho, já sem cor e sem forma, deixando tudo ao sabor do acaso, em mãos alheias e à mercê da vontade dos outros. Estas palavras vêm no seguimento de ter tido conhecimento [relativo, mas suficiente para me deixar a pensar e ficar triste com a situação] da história de um senhor idoso, com mais de 90 anos de idade, que por sinal tinha prob

Combinações

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2009 já começou há alguns dias, mas até ao momento parece que tudo não passa de uma simples continuação e ao mesmo tempo o reinício de um ciclo que se repete constantemente como se fosse um jogo de tabuleiro em que após darmos uma volta voltamos ao ponto de partida. Talvez um ponto de partida para depois passar pelas mesmas experiências, esperar pelas mesmas coisas, pelas mesmas datas e repetir os "rituais" que para muitos podem servir de pretexto para sentirem que há objectivos e razões para esperar pelo dia de amanhã. É como se usassemos sempre a mesma base e alterassemos algumas cores tentando criar combinações que nos agradem e nos deêm uma sensação de ter conseguido alcançar alguma coisa nova. Este será um ano em que o meu ciclo muito provavelmente irá sofrer algumas alterações, que acredito serem um tanto quanto significativas e nesse aspecto dou uso aos meus pensamentos positivos para que tudo corra pela positiva. Por curiosidade viajei até ao primeiro post que coloqu