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A mostrar mensagens de abril, 2012

Pausa nas palavras

Hoje faço uma pausa e deixo as palavras de lado, hoje a sobremesa não são palavras. Talvez hoje não esteja com fome de palavras e em alternativa sinto uma vontade de ver pessoas, de saber e sentir que há pessoas nesse mesmo mundo que por opção ou por instinto, tendo a deixar de fora quando mergulho temporariamente em oceanos de palavras. Essa vontade de ver pessoas não surge do nada. Surge devido a um cansaço, um cansaço talvez visual talvez mental, talvez apenas ilusório, causado pela rotina e consequente isolamento. Surge também devido à claridade luminosa oferecida por um esplêndido dia de sol que ilumina as ruas, os passeios, os carros, as pessoas e tudo o que consegue abranger, libertando um pouco os pensamentos da escuridão imposta através das mais diversas formas de expressão. Vejo pessoas que hoje passam nestas ruas e que provavelmente nunca o voltarão a fazer. São pessoas que vêm de longe, de muito longe, de lugares que desconheço e de lugares que talvez só conheça pelo nome

Há mais de uma década

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Há mais de uma década que não te via. Não te via a ti e não via a tua prima e mais umas quantas pessoas. Hoje encontrei-te, no entanto continuo sem nunca mais ter visto a tua prima e sem saber nada sobre o seu paradeiro. Não é que ela esteja desaparecida do mundo, pois é possível que ela só esteja desaparecida para aquelas pessoas que possam pensar nela e nunca mais tiveram notícias sobre ela. Certamente estará a fazer o que muitos de nós faz...viver a sua vida. Mas voltando ao encontrar-te...Foi com surpresa que reagimos por estarmos frente a frente novamente depois deste tempo todo. Foi sem dúvida um encontro relativamente fugaz, quase um encontro de quem passa na rua e cumprimenta alguém que também por acaso trilhava aquela rua como parte de um destino ou de uma partida. Felizmente houve tempo para trocar algumas palavras, que sempre sabem melhor do que um cumprimento exprimido através de uma pergunta sem resposta, uma daquelas perguntas solitárias que já não esperam resposta. D

Outrora

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Outrora...era capaz de caminhar na tua direcção para poder trocar um cumprimento e algumas palavras, seria um bocado de tempo bem passado, mas hoje, hoje parece que há um vazio que o tempo se encarregou de encher. Poderia na mesma caminhar na tua direcção e trocar um cumprimento, mas...e depois? Falaríamos sobre o tempo?!  Falaríamos  sobre as péssimas e já aborrecidas notícias que nos perseguem diariamente?!  Falaríamos  sobre nada?!  Talvez  utilizássemos  palavras de silêncio que poderiam parecer gritos ou um giz a passar num quadro de pedra devido ao seu constrangimento. Seria terrível se fosse isso que acontecesse todas as vezes que as pessoas que se conhecem, por algum motivo seguissem na direcção para a qual podia haver  uma placa apontando e que dizia "Evitar". Infelizmente as relações entre as pessoas podem ser como um monte de neve que acaba por se derreter e transformar em água para depois ser evaporada, sugada pelo ar tornando-se em algo quase abstracto. Será e

Sensação de paz...

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Nos últimos tempos, o meu tempo, tem sido de certa forma dividido entre um estar na realidade e um estar num mundo ligeiramente à parte dessa realidade, como se eu me pudesse esconder momentaneamente numa cápsula ou numa bolha de sabão, de modo a poder abstrair-me do que me rodeia. Essa divisão faz com que pareça ter um limite de tempo, um limite que se vai redefinindo constantemente, podem ser horas, dias, semanas, e nesse limite, tento estar alheio a determinados problemas, a determinadas situações que me levam a becos que nem sei se têm saída. Entretanto chega a hora de regressar à realidade, a bolha explode, espalha-se no ar em ínfimas gotas de água que desaparecem. É uma sensação ambígua. Pode-se dizer que é um pouco como  aquela sensação de Domingo ao fim da tarde ou à noite. Já que falo em noite...penso agora como sabe bem acordar a meio da noite depois de um sonho que, por mais estranho que seja, nos deixa com uma sensação de paz que nem sei descrever, mas que é como se sub