Lentidão

Há dias em que os segundos parecem minutos, esses parecem horas e essas paracem dias. É aí que tudo se torna monótono e vagaroso deixando apenas lugar para a vontade de fechar os olhos e dormir. Dormir para daqui a pouco acordar na esperança de que tudo volte ao seu ritmo normal.

Mas afinal qual é o ritmo normal?
É o ritmo da rotina do dia a dia?
Ou será o ritmo que encontramos ao fazermos as coisas que gostamos? Talvez aqui não se encontre um 'ritmo', pois normalmente nessas alturas o tempo ganhas asas e voa para fora do nosso alcance fazendo exactamente o contrário do que referi no início, isto é, transformando os dias em horas, essas em minutos, esses em segundos e assim consecutivamente.

No fundo talvez isso tudo seja devido ao facto do ser humano estar sempre insatisfeito com a sua condição, partindo à procura daquilo que saceie a sua próxima vontade, abstraindo-o do tempo real e fazendo com que tudo pareça lento e desinteressante...como dizia António Variações numa das suas músicas.

Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde

Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

...

Esta insatisfação
não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder

Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
...

Comentários

  1. Nem sempre a lentidão é a nossa melhor amiga, nem sempre o tempo o é.

    Nem sempre a razão segue o coração, nem o coração sabe o que quer...há sempre a tal insatisfação que leva o ser humano a ser por vezes irracional.

    A lentidão com que escrevo não é a formula mágica de quebrar o que vai no meu coração, é a sombra das dúvidas que o cercam, estrangulando-o aos poucos..."dá-me ar" como dizem os toranja.

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