Interrogações e Exclamações

Tão sufocante como uma caminhada debaixo de um céu azul escaldante, é o ardor que vocifera silenciosamente através das janelas de um mundo esquecido que se debruça perante a noite, que se acalenta nos seus recantos e se apaga como a chama de uma vela que caminha lentamente para o seu único destino possível...a sua morte, o seu desaparecimento.

São pensamentos e ideias que se deformaram em passos sincronizados com o movimento da chama e que acabaram por se esvair no ar, deixando de de existir e perdendo a oportunidade de um novo despertar.

Um novo despertar que seria preenchido por outras interrogações e exclamações!
Mesmo sabendo que esses são os ingredientes que nos alimentam no dia a dia, surpreendo-me muitas vezes com as complexidades das mesmas ("?", "!"), sobretudo se sou eu que me dirijo na sua direcção.

Até mesmo o simples movimento de dar um passo já muda tudo, pois estamos um passo mais longe do passado e um passo mais perto do futuro. Onde é que está a liberdade para dar esse passo?! O que é essa liberdade? A nossa vontade?! A nossa vontade influenciada pela vontade de alguém ?! E quando a nossa liberdade está presa a algo invisível como o vidro transparente de uma porta?! É difícil saber para que lado ir porque corre-se o risco de esbarrar contra essa transparência sólida e inesperada e a frustração dessa cegueira consegue ser mais dolorosa do que a própria pancada.

Até mesmo escrevendo acabam por surgir interrogações e exclamações!

Comentários

  1. Se não fossem as interrogações e exclamaçoes que durante o que escrevemos fazem ponte ao que queremos dizer, tinhamos sempre uma linha fina que iria arrebentar ao mais leve toque. Nem todas as pancadas têm que doer...

    *Hugs n' smiles*
    Carlos

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