Quando somos um só

Nos momentos em que eu e tu somos um só, nos momentos em que todos somos um só, as coisas não têm preço, mas têm um valor. Um valor que não se quantifica, mas que se vive. Um valor através do qual nos sentimos confortáveis, seguros, sem preocupações, sem pensamentos negativos...a alma enche-se subitamente de um bem-estar que surge quase do nada e nos deixa satisfeitos. Um valor equivalente ao movimento de um conjunto de roldanas que se movem em conjunto e em conjunto alcançam o progresso devido à sua sincronia, à sua união. É o que acontece quando conseguimos estar bem connosco, estar bem com os outros, estar bem, simplesmente bem e com vontade de seguir em frente, alcançar objectivos, perseguir sonhos, traçar metas e correr na sua direcção.

Os mal-entendidos nascem das mais pequenas migalhas de nada e muitas vezes incham como um grão de milho afogado em óleo fervente que dá origem às mais variadas formas após explodirem. Crescem e alastram-se, ocupam todos os cantos, sufocam o ar como se estivéssemos debaixo de água a suster a respiração enquanto fosse possível. Ofensas são disparadas com flechas ardentes que não se desviam dos alvos nem fazem cerimónia quando chega a hora de causar danos. Danos, feridas que deixam cicatrizes que até o tempo tem dificuldades em fazê-las desaparecer, feridas que nunca saram definitivamente e que ficam apenas adormecidas num latejo que aprendemos a ignorar. Um latejo que faz companhia aos que se vão acumulando.

Acabando de ler a primeira parte do texto, podiamos muito bem deixar de fora a parte dos mal-entendidos porque ninguém (ou pelos menos aquelas pessoas que preocupam-se consigo e com os outros) sente a falta deles e se as coisas estão como foram descritas na primeira parte do texto, porquê mastigar migalhas envenenadas de ódio, onde sentimentos que queremos que sejam verdadeiros, que sejam os que valem a pena retribuir, são substituídos pelo oposto e tudo isso sem motivos que nem sequer têm uma bengala para se apoiarem e que caem desamparados pelo chão?!...Apatece é dar pulos em cima desses motivos até estarem mais lisos que uma folha de papel, espalmados no chão de modo verem o quão ridiculos eles eram e sempre hão-de ser. Há coisas que não têm cabimento!

Comentários

  1. Mal-entendidos...uns resultam quando se fala demais, outros alguém fala e ninguém presta a atenção e os outros são os que aparecem vindos do nada devido à curiosidade alheia.

    Sim há coisas que não têm cabimento, mas como fazer entrar isso na cabeça dos outros?

    Abraço,
    Carlos

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  2. Mal-entendidos...uns resultam quando se fala demais, outros alguém fala e ninguém presta a atenção e os outros são os que aparecem vindos do nada devido à curiosidade alheia.

    Sim há coisas que não têm cabimento, mas como fazer entrar isso na cabeça dos outros?

    Abraço,
    Carlos

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  3. Olá...
    Gostei do teu blogue, os teus textos têm poesia à mistura. Estou enganada?? Acho que não :)
    Nas nossas divagações acabamos sempre por ser poéticos.
    Obrigado pela visita ao meu blog.

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