17.19 - Depois da tempestade




Não se trata de uma tempestade que tenha sido noticiada e para a qual tenha havido, portanto, a oportunidade de preparação para a sua chegada e principalmente para a sua passagem. 
Deixei a casa desprotegida, à tua mercê, e sem que me apercebesse, foste surgindo lentamente, mesmo que inocentemente, na tua natural maneira de ser. Fui-me aos poucos apercebendo que ia ter que abraçar as consequências, pois até mesmo isso ignorava já que pensava que podia permanecer confiante, não me preocupar com os danos da tua passagem, mas infelizmente a natureza tem destas coisas e as suas consequências são sempre mais devastadoras quando nos apanha despercebidos/desprevenidos. 
Valerá a pena culpar-te?! Creio que não. 
Tenho de aproveitar a energia para recompor as coisas, por a casa em ordem, apanhar os cacos, e tentar, lentamente, fazer com que a normalidade regresse. 
É certo que há coisas que dificilmente se conseguem esquecer ou ignorar, sobretudo quando ficamos com a cabeça a matutar nos "ses" ... se tivesse feito as coisas de outra forma ... se tivesse aproveitado o tempo de outra maneira ... se tivesse dado outras respostas ... se não tivesse ignorado ... etc, mas há que não desistir de pensar que a normalidade poderá chegar e a alma sentirá alguma paz de espírito, mesmo que essa seja muito relativa, mesmo que essa seja aquela que, habituada aos problemas já habituais, sente-se despreocupada porque já está calejada de certas situações.   

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