Sem sabor


Ontem, ou anteontem, alguém dizia que para além de perdoarmos os outros temos que conseguir ser capazes de nos perdoar para podermos seguir em frente em certas etapas da nossa vida. Tendo em conta parte do último “post” deixado aqui no blogue, poderei dizer que concordo com essa afirmação... até porque por vezes o uso de palavras escritas, em detrimento daquelas que por algum motivo não ditas, não conseguem chegar ao seu destinatário, ou se chegam e o resultado não é o esperado, sendo que esse seria principalmente o facto de conseguir acabar por ser de alguma forma indultado, resta sermos nós a arranjar uma forma de nos desprendermos da culpabilidade ou da ideia de a possuir.


Não somos perfeitos, e sei que o mais provável é já estarmos cansados de ouvir isso porque usam muitas vezes essa desculpa para justificar os seus erros, mas não nos podemos dar ao luxo de tapar o sol com a peneira todas as vezes que achamos não fazer mal errarmos em algo, e que da próxima vez as coisas hão-de correr melhor, pois assim ficamos sempre na mesma e o que fica na mesma acaba por cair no esquecimento, na monotonia de uma rotina que esconde atrás de si o que é interessante e motivante.

Mas voltando às palavras, e lendo o meu “post” anterior, cujas palavras sei que deviam ser ricas em significado ou ricas na mensagem que deviam carregar (para mim continuarão a ser como eram no momento em que ganharam vida), sinto-me agora como se desse uma dentada em algo que soubesse ter um sabor especial, algo doce, e no entanto, tudo o que conseguia saborear era o sabor do ar, de algo insípido, o sabor do vazio. Talvez este sabor seja o sabor de ainda não ter conseguido ser capaz de fazer aquilo que menciono no inicio deste texto. 


Também só passaram uns dois dias...

Comentários

  1. É como dizes no final: ainda só passaram dois dias. De resto, estamos a falar de pessoas, da expressão de sentimentos (sejam quais forem) e isso nao é como ligar o interruptor.

    O melhor que te posso dizer é: a cada dia seu dia... e terás a semana feita :)... que é copmo quem, diz, a cada dia a sua preocupação, e as coisas acontecerão normalmente e saberemos aprender connosco mesmos olhando mais para a frente e menos para trás, com tudo o que de errático o caminho possa ter. Mas faz parte.

    Um abraço

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

2024.3 - A passadeira

2024.1 - Solidão

17.6 - a never ending life