I'll take the rain

O que outrora fora um local onde havia movimento, cores a saltitar irrequietas numa constante boa-disposição, alegria, emanação de um som feliz e acolhedor, hoje não passa de um lugar frio recheado de silêncio, um silêncio triste e repulsivo, tão frio como o vento que acompanha a neve a cair, a neve que cai, mas não fica no chão porque ali só existe ausência de cor, ausência de vida.

Tudo se transforma e nós não somos excepção, remamos no nosso barco no mar que pensamos que é nosso, e quando os braços manifestam o seu desagrado, reclamando o uso excessivo que lhes estávamos a dar, deixam-se ficar quietos e ficamos a viajar ao bel-prazer das ondas, das marés, e talvez seja nessa fase que nos transformamos sem dar por isso. Também é como surpresa que muitas vezes vemos que os outros, assim como muitas coisas, que estavam ao nosso redor, também se transformaram porque estivemos à deriva, sem dar atenção a nada. Remaram em direcções opostas à nossa, ou em direcções que nem sequer sabemos quais foram, e lentamente se afastam, perdemos o nosso Norte, perdemos as nossas referências e o mar parece mais infinito do que jamais fora, infinito de solidão.

Como medimos o amor que nos enche e que às vezes parece extinto dentro de nós?!

Hoje, "I'll take the rain"...

Comentários

  1. o amor é imensurável... quer a sua presença quer ausência...

    quantas vezes esperamos que sopre uma pequena brisa que nos encaminhe numa direcção... mas ela não sopra... e ficamos no meio de nada... até que começa a soprar, soprar... cada vez mais forte, quase provocando o nosso naufrágio... quase...

    um beijo doce

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  2. "Como medimos o amor que nos enche e que às vezes parece extinto dentro de nós?!"

    Essa pergunta não deve estar à espera de uma resposta pois não? Digo isto porque não é fácil medir algo que à partida não é palpável mas que e sente.

    Espero que a chuva te tenha feito bem, porque nos dias que correm, temos que ter mais que uma escapatória.

    *Hugs n' smiles*
    Carlos

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