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2024.5 - Dispersão

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  Quanto mais penso menos consigo concluir. Um desencadeamento de pensamentos que me deixa à deriva entre o querer falar, querer dizer, e nada saber, nada dizer. Fico a tentar apanhar os fragmentos de pensamentos que entretanto ficaram dispersos e tento reordená-los. Mas qual é a ordem correta? Desconheço. Procuro-te algures na dispersão, mas nunca te encontro. Como se quisesse fazer de ti ouvidos. Como se quisesse fazer de ti um amigo. Mas não estás. Não sei porquê, mas não estás. Será que algum dia voltarás a estar? talvez não, porque se calhar nunca estiveste. Se estivesse capaz de conseguir chegar a conclusões, poderia concluir que, por vezes, quantas mais pessoas parece que temos ao nosso alcance, mais sozinhos estamos. Como se a presença ou disponibilidade das mesmas fosse algo perene. Tão frágil que nem sabemos se era realidade ou imaginação.  

2024.4 - A biblioteca da meia noite de Matt Haig

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  “A biblioteca da meia-noite” de Matt Haig Apesar de ser um livro que aborda alguns temas sérios e “pesados”, como é o caso da depressão e do suicídio, trata-se de um livro de leitura “fácil”, e de certa forma “leve”. Não querendo desvendar muito do que se passa no livro (para aqueles que tiverem curiosidade de o ler) posso alinhar as próximas palavras com aquilo que consta na sinopse do livro. Assim, acompanhamos a história (ou parte dela) de Nora Seeds, que, já passando a meia idade, dá por si insatisfeita com a vida que tem, que se traduz de certa forma num quadro clínico de depressão, em que considera que a sua vida acabou por ser uma série de fracassos pessoais, familiares e profissionais. Todas as suas aspirações parecem ter sido minadas com situações ou escolhas que resultaram num presente que, aos olhos dela, não parece ter nada que lhe faça querer agarrar-se à vida, nenhum objectivo ou razão pela qual vale a pena lutar para continuar nesse mundo (no mundo dela nesse caso). Ap

2024.3 - A passadeira

Estávamos em Maio, num dia solarengo. O cenário era uma rua, cenário de cidade, pessoas a passar, carros a transitar.  Foram colocadas as personagens em cena. Nesse momento a acção concentra-se em apenas duas delas, como se o resto, à volta, ficasse escuro ou nublado. Essas duas personagens avançam ao longo da rua, em direcções opostas, cada uma delas imersa nas suas ideias e a seguir o seu destino.  Já lemos alguns capítulos desta história. Temos conhecimento que aquelas personagens já se conhecem, já se cruzaram, e que, por esse motivo, a cena que se desenrola indicia que iremos presenciar o seu reencontro. Portanto, do nosso ponto de vista, tudo desenrola-se de forma normal. No entanto, à medida que a distância entre as personagens encurtece, ao ponto de possivelmente se verem uma à outra, eis que uma delas tem uma reação inesperada, um movimento que surge por instinto, quase é quase como fecharmos os olhos quando algo se aproxima das nossas pestanas. Uma das personagem reconhece a

2024.2 - Livro “Antes Que o Café Arrefeça - De Regresso a Tóquio” de Toshikazu Kawaguchi

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Livro “Antes Que o Café Arrefeça - De Regresso a Tóquio” de Toshikazu Kawaguchi. Livro que dá continuidade, ou que complementa, o anterior livro com o mesmo nome “Antes que o café Arrefeça”. Este novo livro apresenta - nos 4 novas histórias, sendo que três delas são viagens ao passado e uma delas uma viagem para o futuro. As regras das viagens no tempo mantêm - se em relação ao livro anterior, sendo que, das várias regras ou condições existentes, as duas mais pertinentes são talvez o facto de não se poder alterar o presente quando se vai ao passado, e haver um limite de tempo, nesse caso relativamente curto, para se estar no passado ou no futuro. Os encontros a que assistimos, das personagens com algum familiar ou amigo, passados noutra linha temporal, parecem ser relativamente curtos (devido, precisamente, ao limite de tempo, regulado pela temperatura do café), mas consegue ainda assim ser manter a sua característica de ser como o ”auge” de cada história. É aquele momento que ansiamos

2024.1 - Solidão

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 Uma coisa é a solidão que é pode sentir por se estar sozinho, outra coisa é estar preso ou ligado à uma solidão quase imposta, como se fossemos constantemente relembrados de que a solidão existe e está presente para não nos deixar sós.

2023.3 - A Mulher do Dragão Vermelho - José Rodrigues dos Santos

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“A Mulher do Dragão Vermelho” é um título que, sem ler a respectiva sinopse, pode levar-nos a pensar que estamos perante um livro relacionado com fantasia ou perante um livro que nos vai contar uma história de aventuras samurais algures no oriente. Mas não é nada disso que se trata. O livro fala-nos essencialmente da evolução do Partido Comunista Chinês (PCC), nomeadamente a sua relação com o mundo exterior, as suas atitudes e ideologias, e sobretudo as suas atrocidades para com etnias que embora parte delas com origens noutros países vizinhos, também têm alguma expressão (entende-se por expressão existência) na China.  Como é o primeiro livro que leio do autor José Rodrigues dos Santos (apelidado por alguns de “o Dan Brown português” … alcunha que, a julgar pelos títulos e temáticas dos seus livros, não é de estranhar) não me vou pronunciar sobre a personagem de Tomás Noronha que, pelo que sei, faz parte de outros livros do autor e é uma personagem recorrente nas suas estórias. O pape

2023.2 - As Velas Ardem Até ao Fim - Decisão

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Este Post era para ter sido publicado antes, mas ficou aqui como rascunho à espera de ver a luz do dia, a sua oportunidade de poder ser partilhado. Não que seja um post muito interessante, mas ainda acho sempre fica melhor partilhado do que guardado como rascunho.  No texto do post, quando se refere à "última entrada aqui no blog", estou em crer que o mesmo se refere ao post cujo título era ""Novas pessoas, novos amigos" (https://fragmentos-repartidos.blogspot.com/2022/09/novas-pessoas-novos-amigos.html). ----------------------- Há um livro cujo título sempre me cativou, mas que ainda não tive oportunidade de o ler. O mesmo chama-se "As velas ardem até ao fim" de Sándor Márai. Lembrei-me do livro ao acaso e curiosamente o seu título [quase que] encaixa na perfeição na última entrada aqui no blog. Não querendo com isso dizer seja literalmente o reflexo da realidade, mas a sinopse do livro centra-se também no tema da amizade, da distância, da ausência.