17.23 - Memórias de um Amigo Imaginário - Mathew Dicks
Memórias de um Amigo Imaginário apresenta-nos o pequeno Max, uma criança autista que tem um amigo imaginário que se chama Budo.
O livro tem uma história mais ou menos leve, depende do ponto de vista. Penso que em termos gerais o autor soube manter um equilíbrio entre todos os aspectos ou tópicos que fazem parte deste livro como é o caso do autismo e as diversas coisas que estão associadas a essa condição e também o soube fazer em relação à história ou acção que se desenrola e que acaba por ser o ponto central do livro. Não existe nesse livro o "problema" de haver uma descrição exagerada das coisas ou dos seus temas, pois isso por vezes torna os livros entediantes. Aqui não era preciso esse tipo escrita e acho que é um factor a favor deste livro.
O livro anterior que eu li (meu post anterior) deixou-me com expectativas que não foram "satisfeitas" e com este aconteceu algo semelhante, ou seja, alguém dizia que não esperava que a história seguisse no caminho que seguiu e que isso tinha contribuído muito para que a pessoa em causa gostasse do livro. Ora, acabei por ficar sempre à espera de algum twist na história que realmente me surpreendesse. Claro que de inicio não fazia ideia de que se ia tratar aquela história que envolvia Max e Budo, mas a partir de certo ponto começamos a suspeitar o que possa ser e nesse sentido não se pode dizer que a história tenha um desvio/twist enorme. Vou passar a não ler demasiadas opiniões/criticas antes de ler o livro, pois assim não fico com expectativas que acabam por fazer com que me surpreenda menos ou aprecie menos os livros que leio.
Uma coisa que o autor soube fazer bem (o tal equilíbrio) foi ir desvendando as coisas gradualmente, com uma nuance que nos mantém interessados na história ...o que vem a seguir?!
Esqueci-me de mencionar que o livro é narrado na perspectiva do amigo imaginário, Budo, e que por isso temos de o ler "com a mente relativamente aberta" já que acaba por ser algo relativamente abstracto e irrealista para nós adultos ou para quem não se interessa muita por livros mais direccionados para um público mais jovem (claro que isso é algo relativamente subjectivo e relativo, pois o facto de se destinarem a esse tipo de público não quer dizer que não possam ser bons livros, não devemos generalizar as coisas).
Para quem gostou de ler "O Quarto/Room" de Emma Donoghue, acho que também vai gostar deste livro. Embora sejam diferentes (conforme também me informaram de antemão), acho que há algo que os torna semelhantes, nem que seja aquela perspectiva por vezes inocente de encarar o mundo.
Dei por mim a pensar ou questionar, depois de acabar o livro, será que uma criança autista pode ter uma amigo imaginário que tenha um raciocínio "normal"?!
Para finalizar e resumir posso dizer que gostei de ler este livro. Será certamente uma fácil recomendação, embora não para todas a pessoas que possamos conhecer (e que tenham o hábito da leitura claro).
Olá,
ResponderEliminarVim agradecer teus comentários. E também o link que me deixaste :-)
Quanto ao livro aqui mencionado... não li, mas fiquei com curiosidade de o ler. O autismo é uma assunto pelo qual me interesso bastante.
Ao contrário de ti, não gosto de ler críticas sobre livros ou filmes. Gosto de ir pelo meu feeling... porque algo me atrai numa passagem (livro) ou num trailer (filme). Talvez leia alguma crítica posteriormente, mas não é uma prioridade. E não o faço muitas vezes.
É verdade que por vezes as nossas expectativas nos traem, mas raramente dou o tempo (ou dinheiro) como perdido. São experiências das quais retiramos algo...
Boa semana !
Olá. Também tenho interesse no tema do autismo visto que tenho um familiar autista e por mais que em certos aspectos haja muita semelhança entre as várias histórias que se lê, se ouve e se vê, é sempre interessante. Claro que é um desafio muito grande para os pais e há que lhes dar o valor, sobretudo aqueles que conseguem lidar com essa situação difícil.
EliminarPois é, ler criticas e opiniões podem estragar as coisas, por isso fazes vem em seguir a tua intuição. Já cheguei à conclusão que é o melhor.
Bom resto de semana.