Surgiste

Não sei que dia seria aquele, talvez não fosse preciso haver essa definição porque o importante não era o dia em si, mas sim o momento. Uma vez que não sabia que dia era, tão pouco sabia que horas poderiam ser...seria de manhã? De tarde? Ou já caminhava para a noite?! Isso também não tinha relevância. Tudo o que importava era estarmos presentes, uma presença que, mesmo no inconsciente, não me passava despercebida e eu sabia que se tratava de uma imagem ilusória, no entanto esse detalhe era também ignorado e apenas vivia-se aquela instância, era algo agradável e reconfortante. Uma presença e uma simples conversa.
No início, não eras nada, nada de nada! Não eras sequer um ponto, ou um vestígio de um grão de pó! Mas depois surgiste, e aos poucos foste ganhando formas e cores, foste projectando uma imagem, uma existência, um corpo e uma sombra e foste sendo uma pessoa. Uma pessoa que existe. Existe para si, existe para os outros, existe para todos os que se dão a conhecer e desenrolam esse novelo de amizade e partilha.

Comentários

  1. Uma vez mais, teces com palavras belas, momentos e situações que te nascem das mãos para a beleza descritiva, poética e bela :)

    Abraço sempre grande :)

    ResponderEliminar
  2. ... uma divagação muito bonita!
    Sim, por vezes algumas pessoas surgem-nos como pequenos pontos, mas à medida que nos vamos aproximando e deixando aproximar, tornam-se almas que se identificam com a nossa... e daí a simbiose da partilha.

    Continuo o 'Livro'... tive que saltar as páginas da 'matança do porco'! Tão real que me incomodou :(
    Agrada-me a sua leitura! Algumas frases/excertos de uma prosa feita poesia.

    Bom domingo!
    Um beijo,

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

2024.3 - A passadeira

2024.1 - Solidão

17.6 - a never ending life