Memórias no papel
Algures no passado as tuas palavras eram a expressão de uma alegria que sentias. Era uma alegria que te fazia acordar para um novo dia que não era só um novo dia, era uma nova realidade, era o alcançar de uma meta tão pacientemente perseguida e almejada. Mas lá no fundo dizias nas tuas palavras que era como se ainda não tivesses acordado e que aquele sol na janela não era um sol verdadeiro, era uma miragem fora do deserto, fora do mundo. Balançavas entre a certeza e a dúvida sempre na certeza de que aquela iria ser a forma do teu coração para um sempre....um sempre que podia ou não ter um prazo de validade.
Hoje olho para um papel quadriculado e vejo lá símbolos azuis que formam frases que outrora eram sentimentos, que outrora eram o brilho dos teus olhos e a razão do teu sorriso. Hoje não sei a forma do teu sorriso nem o que dá vida ao teu olhar. Mas uma coisa eu sei, o rasgar de um papel não é o rasgar das memórias...essas não se escrevem no papel, mas sim no coração.
O final deste teu (belíssimo) texto, fez-me lembrar um que eu um dia escrevi...
ResponderEliminarA memória que guardamos daqueles que, por livre arbítrio ou infortúnio daquilo a que chamamos destino, se ausentaram de nós nem sempre é nítida. Esbate-se nos compassos do tempo e, aí, deixamos de conseguir recordar com os olhos para passarmos a recordar com o coração. Apertado.
Nada melhor que palavras escritas no coração em vez do papel, mas nos dias que correm o que se escreve no papel tem um brilho maior do que se escrevo na net. As memórias ganham as formas que queremos. E são as que guardamos no coração que nos fazem ser ricos em bons sentimentos :-)
ResponderEliminarAbraço,
Carlos