Shire

Por vezes a única diferença existente entre dois problemas idênticos é o "simples" facto desse problema pertencer a nós, ou a alguém que nós é próximo, ou pertencer a outra pessoa que não conhecemos nem tão pouco ouvimos falar[muito].

A partir do momento em que esse problema passa ao nosso lado e nos chega a tocar, nem que seja um toque com a simples leveza de um cabelo ou de uma pena, é despertada em nós uma reacção, um apelo à nossa capacidade de agir perante determinadas circunstâncias, uma resposta, uma atitude. Uma reacção que nem sempre sabemos definir e por não a sabermos definir, muitas vezes deixamo-nos ficar quietos até a descobrirmos, por vezes à espera que ela surja do meio do nada ou que o problema se resolve pelos seus próprios meios.



O palco do nosso dia-a-dia não tem como cenário um "Shire" como aquele que só vemos em filmes como "O Senhor dos Anéis". No nosso palco o cenário está sempre a mudar e temos encenar da melhor forma possível a peça da nossa vida, onde tudo acontece em directo e não há cortar as cenas, aquilo que fazemos, não podemos voltar atrás e gravar de novo, e mesmo tendo essa possibilidade, quem assiste ou entra na peça connosco não vai ver as cenas regravadas, mas sim desde a primeira que não correu bem e o resultado disso é sermos criticados por fazer as coisas mal feitas ou então receber ajuda e ficarmos preparados para que da próxima vez as coisas corram melhor e até estejamos aptos para improvisar, para conseguirmos levar a bom porto a nossa peça. Na plateia, muitas vezes embrenhada numa escuridão interrompida por olhos cintilantes quase fechados como se estivessem à espera de alguma coisa, há um vento a soprar expectativa!

Comentários

  1. "...O palco do nosso dia-a-dia não tem como cenário um "Shire" como aquele que só vemos em filmes como "O Senhor dos Anéis"...."
    E como gostei do teu post, como reflicto e fico momentos longe de tudo o resto...Obrigada pelas tuas palavras.
    Jinhos

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  2. Engraçado acabei de escrever um texto para o meu blog que não tendo nada a ver directamente com o teu "Shire" há coisas em comum.

    Acabas o teu texto a referir um vento que sopra na expectativa. Hoje tive a resposta a uma dúvida que tinha, a expectativa foi-se, como o balão de ar que se esvazia...agora o tal palco do nosso dia-a-dia, e falo do meu, terá que mesmo que ser transformado. Em quê não sei, mas que terá que passar por isso terá e quando a lei da vida nos remete para tal patamar não há "Shire" por perto. É pena :- )

    *Hugs n' smiles*
    Carlos

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  3. Uma coisa q n posso cortar, foi o facto de n vir aqui há bt tempo e tb n ter desejado um bom ano e essas coisas.Faço-o agora.
    Qt ao post fiquei com vontade de dizer q não haverão por aí "Shires aos pontapés", é certo, mas haverão "cantinhos belos", só nossos.Sim, sim menos belos tb e erros e coisas menos boas.Mas tb há os nossos "cantinhos belos" por fora e por dentro q servem de alimento às expectativas, como dizes e bem...

    Permite um beijo e abraço

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