Sequências com Consequências - Círculos

Podemos decidir dar um passo, andar, ou podemos decidir vários passos, andar ou correr, e ainda podemos decidir ficar estáticos como estátuas e no entanto continuarmos em movimento. Em movimento porque alguém se movimenta e porque no domínio das suas acções e deslocações nas suas linhas e cruzamentos somos um peão que também se move como se estivesse em cima de um tabuleiro de madeira ou "papelão" e a deslocar-se conforme o lançamento dos dados ou por obstinação.

Há que ver o outro lado da moeda, aquele em que somos nós quem comanda os movimentos de alguém, aquele onde, voluntária ou involuntariamente, está subordinado às nossas acções.
Vi ontem um filme em que aparece uma frase que de certo modo se relaciona com isso e que no seu contexto tem a ver com o facto de duas pessoas comunicarem entre si, em que diz: "Eu falo. Apenas nos movemos em círculos diferentes...". Talvez o exemplo da moeda seja bom para visualizar o que diz esta frase, pois podemos defini-la como sendo dois círculos que estão em extremos opostos e nunca se cruzam, mas como quase tudo, se for visto noutra perspectiva, será um exemplo errado porque a moeda também pode ser vista como um único circulo que resulta da justaposição de dois círculos, aí seria exactamente o oposto.

Existe uma teoria que diz que se baseia no círculo, que o circulo é a origem de tudo e que nós nos movimentamos num circulo, que tudo o que existe tem o seu circulo, o que fazemos é um circulo, o que nos liga uns aos outros é um circulo que eventualmente poderá ser definido por uma linha, visível ou invisível, mas que apesar de pensarmos que é uma linha, na verdade será o diâmetro do circulo que nos une. Nós e os nossos amigos formamos um circulo, nós e a nossa familia formamos um circulo, mesmo estando sós formamos um circulo, o circulo que define quem somos, que engloba que sabemos e tudo o que fazemos.


No quintal ou no jardim...
As crianças jogam à bola
Uma criança dá um remate com mais força
A bola vai em direcção à janela
Parte o vidro da janela

Dentro da casa (antes de jogarem à bola)
No corredor
Penduro a minha nova pintura na parede
Fico a olhar durante minutos
Vou-me embora

Dentro da casa (enquanto jogam à bola ou depois de jogarem à bola)
Ela desliga a música
Vai em direcção ao quarto de banho
Distrai-se quando passa pelo corredor e olha para a minha tela que não estava ali
Não vê os vidros da janela espalhados pelo chão
Corta-se nos pés...

Comentários

  1. Se há uma coisa que por vezes dou conta quando tento desenhar algo abstracto (só podia lol) acabo não por fazer círculos mas meios círculos, tentativas de círculos, fragmentos de circunferências…esse tipo de coisas e talvez o que dizes tenha a sua lógia: “circulo é a origem de tudo e que nós nos movimentamos num circulo, que tudo o que existe tem o seu circulo, o que fazemos é um circulo” e pegando nessa parte acho que o que me falta neste momento é encontrar uma forma de ter ao menos um belo de um círculo na minha vida. Mas como se diz nem tudo nasce, nem tudo é garantido na vida. Vai-se tentando, mas nesses casos o ditado “esperar sentado” de pouco me vale, durante o meu trabalho passo muito tempo sentado e aí está a prova que nem isso serve de consolo para dar conta das tarefas que surgem de segunda a sexta.

    *Hugs n’ smiles*
    Carlos

    ResponderEliminar
  2. "Há que ver o outro lado da moeda, aquele em que somos nós quem comanda os movimentos de alguém, aquele onde, voluntária ou involuntariamente, está subordinado às nossas acções."

    oLA! passei por aqui porque ha muito tempo que nao o faço e fiquei curisoso com esta frase (em cima transposta!). Queres explicar-ma? é que nao percebi em q contexto se enquadra!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

2024.3 - A passadeira

2024.1 - Solidão

17.6 - a never ending life