2024.5 - Dispersão
Quanto mais penso menos consigo concluir. Um desencadeamento de pensamentos que me deixa à deriva entre o querer falar, querer dizer, e nada saber, nada dizer. Fico a tentar apanhar os fragmentos de pensamentos que entretanto ficaram dispersos e tento reordená-los. Mas qual é a ordem correta? Desconheço.
Procuro-te algures na dispersão, mas nunca te encontro. Como se quisesse fazer de ti ouvidos. Como se quisesse fazer de ti um amigo. Mas não estás. Não sei porquê, mas não estás. Será que algum dia voltarás a estar? talvez não, porque se calhar nunca estiveste. Se estivesse capaz de conseguir chegar a conclusões, poderia concluir que, por vezes, quantas mais pessoas parece que temos ao nosso alcance, mais sozinhos estamos. Como se a presença ou disponibilidade das mesmas fosse algo perene. Tão frágil que nem sabemos se era realidade ou imaginação.
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