18.17 - Multiplicando por não sei quantas vezes

Este sentimento não é algo novo, pois já tivera várias vezes a infelicidade de o processar, de o sentir na pele e não só (porque se ele se ficasse apenas pela pele e não se entranhasse em tudo o que me preenche, seria bem mais fácil). É um sentimento que causa mossa, que nos martela no coração, na alma, e fá-lo com uma duração, intensidade e em intervalos aleatórios. 
O que é novo é que, desta vez, e devido às circunstâncias, a sua intensidade é não sei quantas vezes muito superior às anteriores situações. Se anteriormente o sentimento era baseado apenas numa ideia, numa utopia e em pensamentos abstractos, na hipotética realidade dos "ses", desta vez é baseado é algo mais palpável, mais concreto. Infelizmente isso não invalida que o resultado final da equação possa ser o mesmo, mesmo que seja uma equação com variáveis que diferem em muito a sua composição e o que podem por isso dificultar o seu cálculo, o resultado prático poderá ser, lamentavelmente, igual (poderia ver isso pela perspectiva positiva, no sentido de já saber com o que contar como resultado final, mas não é bem assim que funciona).
Aprendi que o tempo felizmente se encarregava de amenizar a dor e era capaz de preencher de alguma forma o vazio que fica, de apagar da memória as memórias imaginárias de coisas que nunca aconteceram. Era uma quantidade de tempo igualmente aleatória, que tanto podia durar dias como podia durar semanas, meses, etc. Agora, questiono-me quanto tempo poderá demorar desta vez até que esse sentimento desapareça ou quanto tempo poderá demorar até que me sinta imune ao mesmo.
Embora as circunstâncias sejam outras, existe na mesma a grande possibilidade de se tratar de algo unilateral, mas ainda assim, isso não torna as coisas mais fáceis de suportar ou minimamente semelhantes aos episódios anteriores, porque é na minha alma, no meu coração, que são traçados esses caminhos que terei de trilhar sozinho, em silêncio, afagando a mágoa dos momentos entristecidos por ambiente de Inverno, com um céu pesado, cinzento, carregado de água como os meus olhos, inundados desta água salina que surge quase de forma instantânea, e que tem de ser contida como se de uma barragem se tratasse. 

Recordo-me de uma dessas fases ser acompanhada pela música que deixo novamente aqui. As palavras que a compõem poderão não ser na sua plenitude as que melhor ilustram o sentimento, mas grande parte delas (das palavras desta música), juntamente com a sua melodia, fazem jus ao momento. E para não a deixar aqui sozinha, a música, deixo outra como forma de companhia.




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