17.4 - das 2 uma ... ou +



É possível que a falta de amizades, e nesse caso refiro-me apenas àquelas dignas desse nome, possam desencadear dois tipos de situações:
Uma, é o habituar a uma espécie de indiferença para com os outros e viver somente entre conhecidos e estranhos, em que as conversas flutuam no mar da banalidade, podendo eventualmente haver lugar para um ou outro mergulho de curta profundidade para depois se voltar à superfície e sentir a segurança do ar livre.
Outra, é o estar-se sujeito a interpretar erroneamente as atitudes das outras pessoas, sobrevalorizando algumas palavras, alguns gestos, fazendo com que se crie a ilusão daquilo a que se chamaria amizade quando na realidade é apenas a maneira de ser da(s) outra(s) pessoa(s). É normal sentirmos simpatia quando damos um pouco de nós e parece que isso está a ser retribuído. Contudo é preciso avaliar bem essa troca tácita para não se cair no erro de posteriormente saborear a sensação de perda, de rejeição, de se ser ignorado, menosprezado e de engano.
O tempo é algo cada vez mais precioso nos dias de hoje. Muitas vezes o desperdiçamos com coisas que não valem a pena e com pessoas que não o merecem.
Infelizmente há que reconhecer que certas coisas só têm o seu valor quando reconhecemos o trabalho que tivemos para as obter e por vezes as amizades integram-se nessa categoria.  
E fica a questão...será que uma verdadeira amizade é aquela que nasce, desenvolve-se e permanece de forma natural ou é aquela que tem de ser cuidada e mantida com minuciosidade como um bonsai?!


Comentários

  1. todas as amizades têm de ser regadas, acho.

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    1. De certa forma pode-se dizer que sim....caso contrário correm o risco de se esvanecerem como fumo.

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  2. Tenho conhecido novas pessoas mas as que realmente importam contam-se pelos dedos de uma mão.

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