Memorável 5 de Setembro
Hás dias que passam e não nos deixam nada de especial, deixam-nos indiferentes, como se tivéssemos um monte de areia que se esvazia entre os nossos dedos, restando apenas uma mão vazia. No entanto, existem também dias que são memoráveis. Geralmente associo essa palavra [memorável] para algo ou para aqueles dias que são diferentes e especiais por significarem alguma coisa, alguma coisa positiva que dali em diante passa a fazer parte do típico baú das memórias que muitos de nós gostamos de evocar com alguma frequência. Infelizmente este 5 de Setembro não foi efectivamente um dia positivo e será recordado (espero que poucas vezes ... embora já saiba que esse será quase de certeza um desafio perdido por natureza) por motivos tristes que acabam por ser como um estaca bem afincada no chão a definir um marco, um carimbo que guarda uma data, um acontecimento registado na ficha da vida!
Uma chama que se ergue lentamente, que tenta iluminar-se a si própria e que, ao fazer isso, mesmo sem saber, já está a iluminar um espaço muito mais infinito, um espaço que ultrapassa a si própria. Mas a sua fragilidade pode ditar o facto de estar comprometida e a sua capacidade de resistir às condições adversas das intempéries causadas por motivos muitas vezes imperceptíveis. Uma brisa, mesmo leve como um sopro suave, poderá ser o seu último suspiro, o seu último fôlego, a sua última réstia de luz que dita o destino da sua existência, dando lugar a uma escuridão desassossegada, difícil de aceitar.
Gosto da noite, da sua calmaria, mas estar agora diante dela sem a mais pequena luz, faz-me sentir fracassado e desnorteado. Sei que, apesar de a luz se ter apagado, o caminho continua a existir como sempre existiu e também sei que a solução é sermos fortes o suficiente para acender novamente esta chama que se apagou de forma a podermos seguir em frente, passo a passo, pensar que o que de mal nos é oferecido o presente, pode ser o bem que o futuro há-de trazer e que apesar de ter sido um dia menos bom, é necessário pensar que há situações ainda piores.
E porque algumas das seguintes imagens podem dizer muita coisa, deixo aqui o final de um dos episódios desta série, final esse que por ter sido visto na altura em que foi, tornou-se mais marcante.
Uma chama que se ergue lentamente, que tenta iluminar-se a si própria e que, ao fazer isso, mesmo sem saber, já está a iluminar um espaço muito mais infinito, um espaço que ultrapassa a si própria. Mas a sua fragilidade pode ditar o facto de estar comprometida e a sua capacidade de resistir às condições adversas das intempéries causadas por motivos muitas vezes imperceptíveis. Uma brisa, mesmo leve como um sopro suave, poderá ser o seu último suspiro, o seu último fôlego, a sua última réstia de luz que dita o destino da sua existência, dando lugar a uma escuridão desassossegada, difícil de aceitar.
Gosto da noite, da sua calmaria, mas estar agora diante dela sem a mais pequena luz, faz-me sentir fracassado e desnorteado. Sei que, apesar de a luz se ter apagado, o caminho continua a existir como sempre existiu e também sei que a solução é sermos fortes o suficiente para acender novamente esta chama que se apagou de forma a podermos seguir em frente, passo a passo, pensar que o que de mal nos é oferecido o presente, pode ser o bem que o futuro há-de trazer e que apesar de ter sido um dia menos bom, é necessário pensar que há situações ainda piores.
E porque algumas das seguintes imagens podem dizer muita coisa, deixo aqui o final de um dos episódios desta série, final esse que por ter sido visto na altura em que foi, tornou-se mais marcante.
Já vi o final, e já deixei no meu oceano o que achei. No entanto as tuas palavras aqui deixaram-me pensativo. Espero que não seja o que estou a pensar :-(
ResponderEliminarAbraço,
Carlos
Ainda vou ver o final. Depois vou ao Oceano ver o que achaste. Quanto às palavras, penso que já sabes o que se passou, no entanto, se não souberes, posso dizer-te. Abraço
EliminarO nosso cérebro tem uma tendência "suicida" para se focar e repetir na sensação de desprazer, levando quase ao trauma e a ficarmos assim, quando experiências negativas nos acontecem... Temos de tentar fugir da tentação constante de lamber feridas e de autopiedade mesmo quando nem sequer pensámos nisso e mal tivemos tempo de recuperar, porque o cérebro vai tentar fazer de cada experiência negativa uma espécie de marco, de grande acontecimento, e temos de ser nós a tentar sair desses charcos pantanosos onde tantos acabam por cair e dificilmente conseguem sair, presos nas areias movediças da depressão e do desânimo constantes...
ResponderEliminarMas o nosso cérebro também regista e consegue viciar as experiências positivas, mas como não nos apercebemos delas com o mesmo impacto das negativas, não lutamos para as obter de novo quando se perdem, e precisamos de fazer lutos, mas não de nos demorarmos neles...
Tens uma capacidade muito boa de falar de tudo sem dizer nada, ao ressalvares a tua própria intimidade, também se percebe que és autocrítico suficiente, mas uma vez mais o nosso cérebro está sempre à coca para nos puxar para baixo com imensas justificações, e já que ele se (nos) vicia tanto nas sensações de prazer e desgosto, então que sejamos nós a dar o tom daqueles momentos que mais precisam de ser repetidos ou lembrados com saudade, não com dor...
Devemos integrar todo o nosso passado e experiências, mas das coisas menos boas, apenas devemos reter o que podemos recordar com uma saudade simpática, e não para facilmente nos desanimarmos nesta luta de começo e fim em tantas etapas da nossa vida, precisando agora de saber que estás na altura de outro começo, mesmo que asas ainda batidas pela queda...
Um abraço forte :)