Nadar

Tento nadar neste mar revolto ao mesmo tempo que sinto o medo tomar conta de mim e impede-me de aventurar muito nas suas águas. É como se me escondesse atrás de uma rocha à espera que a tempestade passe e as ondas se desvaneçam suavemente como se adormecessem num manto de agua ou fizessem as pazes com as rochas da encosta. 
Quero sair dessa espécie de bóia de salvação e aventurar-me nessas águas onde podem haver outras pessoas que também se tentam manter à superfície. Chego a pensar em cobardia, cobardia de enfrentar a tempestade, as ondas, a fúria do desconhecido, o receio das consequências. Entretanto tenho noção que a minha segurança pode significar a incapacidade de ajudar quem também se encontra nessas águas incertas, imprevisíveis e geladas. Há vento, há chuva e há medo, há incerteza e há o tempo que também não pára e não espera por ninguém e o som, o som é o assobio do vento e é como um sussurro que me diz ou pretende dizer que há que tomar decisões. Será esse vento verdadeiro, será esse sussurro a voz do bem ou a voz do mal? Quanto mais tempo terei para me manter aqui a nadar? No meio deste nevoeiro não consigo discernir com nitidez quem se encontra por aqui e quanto mais tempo terei para partir em sua ajuda e que tipo de ajuda poderá ser essa? Será que eu é que preciso de ser ajudado? Será que essa é a opinião de quem também está neste mar e inconscientemente me procura? Não sei, o sussurro do vento não mencionada nada acerca disso.

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