Naquela Janela - II
Um objectivo já havia sido predefinido, no entanto os caminhos que os levaram a estar naquele momento entre aquelas quatro paredes, como se conhecessem há imenso tempo, mas que na realidade ainda eram relativamente estranhos um ao outro, eram caminhos improvisados, frutos do acaso, frutos do desentendimento e da busca de sentimentos perdidos ou sentimentos nunca encontrados.
O que para ela parecia ser a correcção de um erro, para ele acabava por ser a criação de outro erro, e no meio de toda a ambiguidade que dominava aquele espaço e as decisões que tinham de ser tomadas, uma espécie de afastamento falou mais alto e de um momento para o outro era como se nada fizesse sentido para ambos.
Ele sentou-se no sofá, deixando os cobertores e lençóis abandonados em cima da cama e ficou em silêncio. Ela também se levantou, caminhou até à janela e sentou-se no parapeito contemplando a noite, as luzes dos edifícios ao longe e dos carros que passavam esporadicamente na rua, alguns andares mais abaixo.
Quando a indiferença deu sinal de si, as lágrimas dela inundaram-lhe os olhos e deslizaram pelo rosto e o coração dele disparou subitamente, bombeando sangue a alta velocidade por todo o corpo, levando os pensamentos que se atropelavam embrulhados na adrenalina provocada pela imagem dela a chorar, sentada na janela. Para ele aquele momento podia ser o culminar de muita coisa e representava um perigo. A fragilidade daquele momento ironicamente poderosa! O medo de não saber medir o poder das palavras ou o poder do silêncio quando aplicados no momento errado, o medo de não saber reagir...o medo de uma janela, daquela janela e daquele momento.
O que para ela parecia ser a correcção de um erro, para ele acabava por ser a criação de outro erro, e no meio de toda a ambiguidade que dominava aquele espaço e as decisões que tinham de ser tomadas, uma espécie de afastamento falou mais alto e de um momento para o outro era como se nada fizesse sentido para ambos.
Ele sentou-se no sofá, deixando os cobertores e lençóis abandonados em cima da cama e ficou em silêncio. Ela também se levantou, caminhou até à janela e sentou-se no parapeito contemplando a noite, as luzes dos edifícios ao longe e dos carros que passavam esporadicamente na rua, alguns andares mais abaixo.
Quando a indiferença deu sinal de si, as lágrimas dela inundaram-lhe os olhos e deslizaram pelo rosto e o coração dele disparou subitamente, bombeando sangue a alta velocidade por todo o corpo, levando os pensamentos que se atropelavam embrulhados na adrenalina provocada pela imagem dela a chorar, sentada na janela. Para ele aquele momento podia ser o culminar de muita coisa e representava um perigo. A fragilidade daquele momento ironicamente poderosa! O medo de não saber medir o poder das palavras ou o poder do silêncio quando aplicados no momento errado, o medo de não saber reagir...o medo de uma janela, daquela janela e daquele momento.
"O medo de não saber medir o poder das palavras ou o poder do silêncio quando aplicados no momento errado"
ResponderEliminarTodo o texto está muito bem construido :)
hugs
A janela faz parte dum momento, poderia ter sido num alpendre, numas escadas em caracol, até poderia ser ao espelho. Quando não se consegue medir certas palavras, o silêncio não acaba por ser o peso e a medida certa a ter em conta? Ou talvez não...
ResponderEliminarAbraço,
Carlos
(...)Quando a indiferença deu sinal de si, as lágrimas dela inundaram-lhe os olhos e deslizaram pelo rosto e o coração dele disparou subitamente, bombeando sangue a alta velocidade por todo o corpo, levando os pensamentos que se atropelavam embrulhados na adrenalina provocada pela imagem dela a chorar, sentada na janela. Para ele aquele momento podia ser o culminar de muita coisa e representava um perigo
ResponderEliminarLindo o teu post, adorei.
Bjs