Aqui e Acolá

Quando o tempo lá fora passa normalmente e o tempo cá dentro simplesmente parece que pára, os dias parecem durar uma eternidade e se no ritmo normal da dança surgem questões, imaginemos as que surgem numa dança em "slow-motion"! Se calhar por que estou cansado sento-me numa cadeira e ao mesmo tempo nem me chego a sentar porque já estou a abrir a porta para descer as escadas, descer as escadas para ir ao encontro da porta para sair dali e ir aqui e acolá! Passados alguns minutos volto para dentro, mas não preciso de subir escadas nem de abrir a porta que fechei porque afinal ainda estou lá em cima sentado a procurar aqui e acolá. Se não encontro nada aqui e acolá, abro os olhos e tento prestar atenção ao que me dizem e como se não tivesse me levantado e ido lá fora, como se tivesse estado sempre ali, ali sentado, respondo à questão que me colocaram com uma resposta que acaba como começou e que se calhar é exemplo de falar muito e dizer pouco, mesmo quando o falar muito se resume a cinco frases, mais ou menos! Talvez porque nesses dias de eternidade a nossa boca não consegue acompanhar o pensamento que se arrasta nas ondas do oceano, sem nunca parar para trás e para a frente, ora avançando, ora recuando. Entretanto alguns desses pensamento seguem na frente dos outros, mas esses também são os primeiros a desvanecer nas areias, ou os primeiros a encontrar um obstáculo como uma rocha que devido ao embate transforma-o em milhares de gotas.

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