a Morte com sinceridade e Novembro
"É tão triste desejar a morte com sinceridade. É tão triste não encontrar nada na vida, olhar todas as escolhas da vida e todas serem uma só e essa única possibilidade ser a miséria e o sofrimento e a solidão definitiva. Com olhos cansados, via a minha mãe. Se pudesse tinha chorado. Se pudesse, tinha chorado com todas as minhas forças. Se pudesse, tinha gritado até arrancar a última réstia de sofrimento e de vida de mim, até transformar o meu sofrimento, a minha vida, num grito que impressionasse o mundo." Novembro "Veio o mês da noite. Os dias não nasceram durante um mês. Os relógios, alheios ao mundo, continuavam a dar as horas, mas era sempre noite. A luz da electricidade não tinha força suficiente para iluminar a escuridão do mês da noite. Se alguém acendia uma lâmpada, não se distinguia sequer a luz pequena da presença de uma lâmpada acesa. Às vezes, ia á varanda. Olhava o céu negro, o lugar onde imaginava nuvens a passarem lentas á frente do lugar onde imaginava...