A visita
Fui à tua casa para te visitar mas não estavas lá. De certa forma, isso já eu sabia, mas mesmo assim fui lá. Cheguei e entrei porque a porta estava aberta...a porta está sempre aberta para os amigos. É assim que deve ser. Deixei-me ficar por lá durante algum tempo. Não estavas lá, mas ainda assim não foi por isso que deixei de ficar na tua companhia, na tua companhia através da música, que deixaste algures ligada quando saíste, e que ficou lá a tocar, a dar vida à casa, àquele espaço, independentemente do tempo que estarias a pensar ficar por fora. Talvez tenhas ido apanhar ar, libertar a mente para novos pensamentos, novas ideias, novas vivências, novas memórias, novos sons, novas palavras...Todos nós sentimos essa necessidade porque estar estagnado cansa e é como estar parado no espaço e no tempo. Quando se está nesse estado é quase como estar sem vida e não é assim que devemos viver o dia-a-dia. Vagueei pela casa guiado pelos sons e revisitei algumas das molduras...