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A mostrar mensagens de fevereiro, 2007

Novamente no Corredor

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Sim, porque por mais longe que se esteja desse corredor, na verdade, nunca nos conseguimos afastar definitivamente e desligar completamente desse corredor. Estamos tão ligados a ele como estávamos ligados ao nosso cordão umbilical quando tudo começou. Mesmo que tenhamos entrado numa das suas portas, estamos sempre nele. Ultimamente a atmosfera que envolve os espaços vazios desse corredor tem estado monótona e confusa, mas isso também tem a ver com a debilidade física que me veio visitar nesses últimos dias, em que não apetece estar no corredor mas sim entrar numa das suas portas e permanecer ali imóvel. Através das janelas existentes por vezes podemos ver que existem outros corredores que assumem posições paralelas, perpendiculares ou oblíquas relativamente ao nosso corredor. Desde há algum tempo que um corredor acompanha o meu paralelamente e se olharmos um pouco mais à frente consegue-se ver ambos a convergirem e a tornarem-se num só corredor como se fossem duas faixas de uma longa e...

Ligações

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Por vezes dou por mim a questionar-me acerca de coisas que dificilmente encontrarei respostas pera elas. Uma delas é o que faz despertar em nós os sentimentos, sentimentos esses que têm mil e uma variações, mas agora refiro-me aqueles que são responsáveis por criarem ligações, que podem ser mais fortes ou mais frágeis. Ligações que podem durar uma vida inteira ou então são tão fugazes como o cruzamento de um olhar ao passarmos num passeio, em que a imagem daquela pessoa pode durar apenas alguns segundos no nosso pensamento e depois desvanece à medida que continuamos pelo passeio. Contudo existem também ligações que nos são impostas e que existem mesmo que não seja da nossa vontade e que até podem durar bastante tempo devido às circunstâncias que nos fazem permanecer no meio onde elas existem. Apesar de uma ligação desse género poder durar muito tempo, pode-se dizer que é uma ligação frágil e intermitente como a luz de uma lâmpada prestes a fundir. Há também aquelas que se perdem ao lon...

Someone that cannot love

Porque esta música já me disse, ou diz ou vai dizer alguma coisa, deixo-a aqui. Mas também pode ser que não me tenha dito nada, que não me diga nada ou não vaia dizer nada. David Fonseca - Someone that cannot love You locked your heart You wake up with tears and stars in your eyes You gave it all to someone that Cannot love you back Your days are packed With wishes and hopes for the love that you've got You waste it all to someone that Cannot love you back Someone that cannot love Love, ain't this enough? You push yourself down You try to take comfort in words But words They cannot love Don't waste them like that Cus they'll bruise you more You secretly made Castles of sand that you hide in the shade But you cannot own the tides that break them And you build them all over again You talk all these words You make conversations that cannot be heard How long until you notice that No one is answering back Someone that cannot love Love, aint this enough? You push yourself dow...

A Esfera

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Encontro-me parado a passear pelo tempo que não espera e foge. Ando para trás e para a frente ao longo de todo esse tempo. Esse tempo que pode ser marcado por reminiscências ou por possíveis recordações que ainda não sabem se vão existir ou não. Posso não ter controle sobre esse tempo, mas posso controlar, quando consigo e me é possível, o que vai fazer esse tempo ficar guardado e ser meu, e também pode ficar guardado e ser meu e de mais alguém, e pode ficar guardado e ser meu e de muita gente ao mesmo tempo, e se assim for, serão pedaços de vidas que naquele momento, naquele instante, se culminarão e se transformarão... talvez numa esfera. Mais tarde poderei pegar nessa esfera olhar para ela com cuidado, com atenção, analisar toda a sua forma, todo o seu conteúdo. Também poderei dividi-la em várias partes. Essas partes, que serão minhas ou minhas e de várias pessoas, são aquilo que me irão fazer preencher mais um pouco, ou talvez mais do que um pouco, desse tempo que continua a seguir...

"Don't Give Up"

Quando estiveres 'em baixo' e precisares de algumas palavras que te façam sentir melhor...Tira uns minutos e ouve esta música de Peter Gabriel (nesta versão com Kate Bush)... Deixo também a letra da música... in this proud land we grew up strong we were wanted all along I was taught to fight, taught to win I never thought I could fail no fight left or so it seems I am a man whose dreams have all deserted I've changed my face, I've changed my name but no one wants you when you lose don't give up 'cos you have friends don't give up you're not beaten yet don't give up I know you can make it good though I saw it all around never thought I could be affected thought that we'd be the last to go it is so strange the way things turn drove the night toward my home the place that I was born, on the lakeside as daylight broke, I saw the earth the trees had burned down to the ground don't give up you still have us don't give up we don't need much ...

Quando o sol não aparece

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Acordei. Entre as muitas vezes que acordo. Fui à janela dar uma espreitadela no mundo lá fora. Hoje, tal como tem acontecido há dias, o sol não apareceu. O dia está fechado e pesado…está monótono. Então fica-se na expectativa de que quando se voltar a vir aqui à janela já se consiga ver o sol, ou pelo menos sinais dele. Mas também é possível que ele esteja lá e que eu não o consiga ver. É preciso desbloquear os sentidos. Vou voltar mais tarde e tentar de novo…

Na farsa do presente

O texto que se segue é da autoria de Miguel Torga Não sei quantos seremos, mas qu'importa?! um só que fosse e já valia a pena. Aqui,no mundo, alguém que se condena A não ser conivente Na farsa do presente Posta em cena! Não podemos mudar a hora da chegada, Nem talvez a mais certa, A da partida. Mas podemos fazer a descoberta Do que presta E não presta Nesta vida. E o que não presta é isto,esta mentira Quotidiana. Esta comédia desumana E triste, Que cobre de soturna maldição A própria indignação Que lhe resiste. Miguel Torga: "Camara Ardente", 1962

Perseguição

Encontro-me aqui novamente, sentado e a correr para conseguir fugir aos 'devaneios' que me perseguem. Consegui esconder-me e vejo-me envolvido nesta inércia sem saber o que fazer, o que pensar, o que dizer. São momentos de conflito onde apesar de haver imensa agitação, há também uma atmosfera de sossego. Mas este é um sossego que não é sossego. É um sossego onde mil e uma coisa me atingem e me fazem ficar escasso e a manter-me aqui a questionar. Acho que os consegui despistar, vou sair daqui e andar um pouco ... Surgiu-me uma música que já não ouvia há algum tempo e da qual gosto muito, não só pelas características musicais da mesma, mas também pela sua mensagem. Certamente que conhecem. De qualquer modo fica aqui o videoclip.