À noite na floresta
Esticaste o braço e varreste as estrelas do céu deixando-me perdido de olhos abertos a ver o nada que a escuridão da noite tinha para oferecer. Tentava orientar-me e sabia que estavas ali perto, eu ouvia-te, mas não te encontrava! Estavas ali mas ao mesmo tempo corrias por entre as árvores, montes e riachos, eu quase conseguia ouvir todos os teus movimentos, os teus braços a acordar os ramos adormecidos das árvores, o vento por ti provocado a espantar as folhas caídas e outrora sossegadas e os teus pés a fazerem furos na água numa mistura de sons ocos e estridentes . Fiquei ali, somente a ouvir os sons, a vaguear pelos pensamentos e à espera que tu e os teus braços regressassem para me embalar e aconchegar na noite, sentir a segurança da tua presença e o calor da tua companhia para então poder fechar os olhos e correr contigo pela floresta fora até nascer um novo dia.